Mercado brasileiro tem marca da volatilidade

Publicação: 22/04/2021 03:00

O economista Fábio Bentes, da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), considera a volatilidade uma característica intrínseca do mercado financeiro no Brasil. “O Ibovespa é um indicador muito sensível. Sempre que há alguma notícia de impacto e certo desempenho das empresas, a bolsa é o primeiro indicador que vai reagir. Ainda mais nesse momento onde tudo está incerto”, explica o economista.

Bentes tem uma visão cautelosa em relação ao futuro. “Por conta da pandemia, o endividamento do país anda muito alto, não é de se esperar boas notícias para o futuro do mercado. A variação dos últimos três meses da bolsa de valores é semelhante àquilo que se tinha em meados de fevereiro. Houve uma forte oscilação e a gente não espera um desempenho animador”, afirma.

Carlos Oliveira, consultor de investimentos, ressalta o impacto dos acontecimentos políticos no mercado de ações. Ele cita como exemplo o impasse na definição do Orçamento 2021, que se estendeu por semanas. “Nesse sentido, a Bolsa de Valores, um termômetro da expectativa de resultados do mercado financeiro, aguarda a normalização de questões políticas que afetam o país, para, assim, dar mais confiança aos investidores”, explica.

Em um cenário de instabilidade, uma das saídas é manter uma reserva financeira para suportar as intempéries. “Sempre toco nessa tecla, porque salvou muita gente nessa pandemia. Para as pessoas que não têm uma reserva de emergência, é fundamental criar um escudo contra possíveis problemas que possam surgir. Àqueles que já têm essa reserva, indico previsão a longo prazo, para aproveitar essas oportunidades que o mercado está dando”, observa o educador financeiro Ruda Lins. (CB)