Existem alguns gastos preventivos que as famílias fazem sem tanta urgência em precisar usar. Seguro de casa, carro, vida, jazigo... não se costuma fazer um plano de saúde esperando ficar doente. No último semestre, outro “investimento desconfortável” se popularizou ainda mais: o plano funerário. De acordo com a Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi), houve um crescimento de 10% no número de clientes interessados neste tipo de investimento no último ano.

Mesmo tão natural, a morte ainda é um assunto espinhoso. No entanto, devido à pandemia da Covid-19 e à instabilidade financeira que muitas famílias vivenciam por conta da calamidade sanitária, o tema se tornou necessário. A maior procura por planos funerários constatada no cenário nacional também se repete em solo pernambucano. O Grupo Morada, empresa com atuação em Pernambuco e em outros estados nordestinos, registrou, no primeiro semestre de 2021, um aumento de quase 32% nas vendas de um dos seus planos funerários em relação ao mesmo período do ano passado.

Segundo a diretora de Negócios e Clientes do Grupo Morada, Vivianne Guimarães, tudo que vem acontecendo contribui para que as pessoas entendam a importância de se preparar para o futuro. “Assinar um plano funerário é importante pois você tem um suporte e só precisa se preocupar com o que é essencial: a despedida daqueles que estão partindo e a preservação de suas memórias”, afirma.

Com 30 anos, a museóloga Mariana Araújo acredita que é muito importante se preparar para que a partida não seja um momento ainda mais doloroso para seus familiares. “Ano passado eu fiquei preocupada com isso da Covid-19. Então eu fiz um plano funerário. É uma forma de você tentar se sentir seguro, mesmo eu sendo uma pessoa nova” compartilha Mariana.

Os valores dos planos variam de acordo com a quantidade de pessoas, faixa etária, quilometragem para traslado, entre outros aspectos. Em algumas localidades, ainda é possível assegurar o sepultamento para todos os beneficiários. Para se ter uma ideia, um plano completo para 10 pessoas pode sair por um valor médio de R,90 por mês. Em comparação, um único serviço funerário - com urna, velório e flores - pode sair a partir de R.500,00, em média. E pode passar muito disso, caso a família não tenha um jazigo, por exemplo.

Sílvia Oliveira, cozinheira de 56 anos, assinou um plano funerário para si e outros nove integrantes da sua família. “Nessas situações difíceis, ficamos muito abalados. E ter que resolver as questões burocráticas de um funeral se torna ainda mais sofrido. Quando se tem um plano de assistência funerária ficamos menos preocupados com isso, pois sabemos que a empresa vai resolver tudo”, destaca.