ECONOMIA E NEGóCIOS EM FOCO » Mercado imobiliário aquecido. Até quando?

por Ecio Costa
@eciocosta

Publicação: 26/07/2021 03:00

O mês de junho teve um recorde de financiamentos imobiliários: R$ 19,66 bilhões com recursos das cadernetas de poupança. Este é o maior valor da série histórica e representa um crescimento de 12,5% em relação a maio e um aumento de 112% em relação ao ano passado.

O crescimento mais forte do financiamento imobiliário se deu a partir de junho de 2020. Coma Selic a 2%, o mercado ficou mais acessível para famílias com rendas mais baixas, pois o valor da parcela ficou mais acessível. A pandemia também fez com que muitas famílias procurassem morar num imóvel maior e mais confortável, investindo em padrão e tamanho maiores. O dólar mais caro e a proibição de viagens internacionais impulsionaram o mercado de segundas residências no campo e nas praias, inflacionando os valores desses imóveis. A possibilidade de trabalhar de forma remota também colaborou para viabilizar produtos habitacionais mais distantes dos grandes centros das cidades, trazendo novas opções para o mercado.

Em 2021, a realidade do mercado se alterou. Coma pressão inflacionária atual, a Selic vem se elevando, trazendo mudanças no custo do financiamento. Os principais bancos que atuam no mercado imobiliário estão elevando suas taxas de juros, silenciosamente, elevando o custo do financiamento. Essa mudança tem antecipado as decisões e negociações, como intuito de conseguir taxas ainda baixas e acessíveis. Por esses motivos, o recorde de junho foi atingido.

É importante entender que a Selic não deve subir para patamares tão elevados, como o do pico de 2017, mantendo os financiamentos ainda acessíveis. Outro fato importante é que a valorização dos imóveis é observada desde 2019, mas ainda assimestá abaixo do pico de 2014, descontada a inflação do período.