Em meio à crise energética que o país vive, com déficit de chuvas nas regiões que geram energia elétrica a partir das usinas hidrelétricas, o Nordeste obteve picos de geração recordes no mês de julho, mas oriundos da geração fotovoltaica e eólica. Em dias específicos do mês de julho, a geração de energia solar chegou a responder por 20% da demanda do Subsistema do Nordeste, enquanto a geração eólica chegou próximo dos 100%.

O crescimento das fontes renováveis mais limpas e que não dependem de chuvas é uma importante alternativa para diminuir o risco de racionamento e apagões, como aqueles vivenciados em 2001, e representam o caminho certo para o futuro da matriz energética brasileira.

Atualmente, 85% da matriz energética brasileira é limpa e renovável e, em 2021, somente a solar representou 48% da expansão ocorrida até o momento. A energia eólica representa 10,7% da matriz energética nacional hoje, devendo chegar a 11,2% até o fim do ano. A energia solar, por sua vez, representa 1,9%, podendo chegar até 2,6%. Com investimentos acima de R$ 3 bilhões, foram inauguradas 3 usinas solares em Pernambuco no mês de julho, com capacidade de abastecer 800 mil famílias.

Em 2020, a capacidade instalada em energia solar cresceu 66% no país. Nos próximos 10 anos, a expectativa é de investimentos acima de R$ 100 bilhões, representando 28% de todo o investimento no setor elétrico para o período. O que mais chama a atenção é o crescimento da energia solar distribuída, aquela gerada no próprio local de consumo, que teve um crescimento de mais de 2.000% nos últimos 3 anos e que deve se intensificar com os recentes aumentos nas contas de energia elétrica e os novos modelos de negócios que têm se configurado.