BRASIL » Endividamento familiar é o maior desde 2011

Publicação: 19/01/2022 06:45

O nível de endividamento médio das famílias brasileiras em 2021 foi o maior em 11 anos. De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada ontem pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o ano registrou uma média de 70,9% das famílias, enquanto dezembro atingiu o patamar máximo histórico, com 76,3% do total de famílias.

Na avaliação por faixa de renda, o endividamento médio das famílias com até 10 salários mínimos mensais aumentou 4,3 pontos percentuais (p.p), chegando 72,1% do total. Na faixa de renda superior, acima de 10 salários mínimos, o indicador aumentou ainda mais, 5,8 p.p., e fechou em 66%.

O presidente da CNC, José Roberto Tadros, avalia que, entre as famílias com rendimentos acima de 10 salários mínimos, a demanda represada, em especial pelo consumo de serviços, fez o endividamento aumentar ainda mais expressivamente, em especial no cartão de crédito.

“O processo de imunização da população possibilitou a flexibilização da pandemia, refletindo no aumento da circulação de pessoas nas áreas comerciais ao longo do ano, o que respondeu à retomada do consumo, principalmente de serviços”, disse Tadros.

Na comparação com 2020, apenas a região Centro-Oeste apresentou queda do índice, 0,3 p.p. O Norte registrou estabilidade, e o Sudeste se destacou com aumento de 5,9 ponto percentual, seguido pelo Sul (+5,5 p.p.) e o Nordeste ( 4,5 p.p.). Considerando o total de endividados, o Sul contou com o maior percentual, aproximando-se de 82%.

Na direção oposta do endividamento, a inadimplência caiu. O percentual médio de famílias com contas e/ou dívidas em atraso diminuiu 0,3 ponto percentual em comparação com 2020, chegando a 25,2%.

“O percentual de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas e/ou dívidas em atraso e que, portanto, devem permanecer inadimplentes também contou com uma redução na comparação com 2020, 0,6 ponto percentual, totalizando 10,5% dos lares no país”, afirmou a CNC, em nota. (Agência Brasil)