Recife, o segundo aluguel mais caro das capitais O valor do aluguel na capital pernambucana aumentou 11,19% no ano passado, superando os 10,06% da inflação oficial do período, segundo estudo da Fipe

Danielle Santana
Especial para o Diario
danielle.gomes@diariodepernambuco.com.br

Publicação: 22/01/2022 03:00

Um levantamento da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) constatou que quem busca um lugar para morar na capital pernambucana precisa enfrentar uma dura realidade: o preço do aluguel. De acordo com o Índice FipeZap, que acompanha os preços médios de venda e locação de imóveis residenciais e comerciais com base em anúncios da internet, o metro quadrado no Recife, que custa R$ 35,21, é o segundo mais caro entre as capitais do Brasil. Em primeiro lugar aparece São Paulo (SP), onde o metro quadrado tem preço médio de R$ 39,76. No país, a média é R$ 31,51.

No entanto, enquanto na capital paulista o valor do aluguel sofreu uma retração de 0,92% no último ano, no Recife o valor subiu 11,19%, resultado que é superior à inflação no mesmo período, 10,06%. Entre as capitais analisadas pela pesquisa, esse foi o terceiro maior aumento, ficando atrás apenas de Curitiba (PR), onde o custo subiu 14,17%, e Florianópolis, 11,59%. Em quarto lugar, aparece o município de Fortaleza  (SC) com reajuste de 9,55%. Outros locais apresentaram variações menos expressivas. É o caso de Salvador (BA), onde o reajuste foi de 4,73% em 2021.

No Recife, o bairro com maior aumento no custo da locação foi o Espinheiro, na Zona Norte. Lá, a alta acumulada no último ano foi de 22%, com custo médio de R$ 30 por metro quadrado. Em seguida aparecem Boa Viagem e Pina, na Zona Sul, com reajustes de 14,6% e 13,7%, respectivamente. Os locais também se destacam como os que possuem o metro quadrado mais caro, que chega a custar R$ 50 no Pina e R$ 40,9 em Boa Viagem. Apesar da alta crescente na maior parte da cidade, alguns bairros registraram retração no valor do aluguel em 2021. São os casos de Casa Amarela, Madalena e Imbiribeira, com retrações de 2,2%, 2,1% e 0,5%, respectivamente.
 
Saída é diálogo com proprietário

De acordo com o especialista em Direito Imobiliário Amadeu Mendonça, a alta da locação no Recife pode estar associada a dois fatores principais. O primeiro, a procura acima da oferta, por conta da pandemia. Mesmo com o avanço da vacinação, muitos profissionais continuam em home office ou regime híbrido porque esses modelos se firmaram na nova realidade. Outro, as famílias foram pressionadas na fase mais crítica da pandemia a passar mais tempo juntas e  perceberam que estavam em apartamentos ou casas desconfortáveis e  querem uma moradia com mais conforto. Para os locatários, Amadeu sugere o diálogo com o proprietário, apresentação do histórico de bom pagador, comprovação de perda de renda e até ação judicial em casos abusivos.