Aumento deve impactar na inflação

Publicação: 21/05/2022 06:30

Um provável reajuste acima dos 15% para os planos de saúde considera os gastos médico-hospitalares de 2021, mas terá impacto significativo na inflação de 2022. O Ministério da Economia inclui tal fator na previsão do Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA) para este ano. A projeção do IPCA, conforme anúncio do ministério nesta sexta-feira, é de uma piora. Antes era de 6,55% e agora de 7,90%.

A estimativa inflacionária para 2023 também subiu, de 3,25% para 3,60%, conforme dados da Secretaria de Política Econômica (SPE). Com isso, as estimativas do governo para o indicador oficial do custo de vida ultrapassaram o centro da meta de inflação também em 2023, devendo convergir para o objetivo apenas em 2024, segundo o órgão.

A meta de inflação determinada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para 2022 é de 3,50%, já ultrapassada pelo IPCA somente nos primeiros quatro meses do ano, de 4,29%. O limite superior dessa meta é de 5% e há estimativas de grandes bancos, como o francês BNP Paribas, já prevendo que o IPCA deste ano fique em 10%, como ocorreu em 2021. Para 2023, a meta é de 3,25% e o teto, de 4,75%.

Além da surpresa com a alta dos preços dos alimentos e bebidas, um dos vilões da inflação, os constantes aumentos dos combustíveis foram alguns dos fatores apontados pelos técnicos da equipe econômica para a revisão nos dados de inflação. Os reajustes da gasolina e do diesel acompanham a alta do petróleo no mercado internacional devido à guerra da Ucrânia.

Apesar da piora no cenário inflacionário, a SPE manteve as projeções de crescimento do PIB, de 1,5%, neste ano. Diante da melhora no ritmo de recuperação do setor de serviços, ela elevou a estimativa de avanço do PIB do primeiro trimestre deste ano, de 1%, em março, para 1,4%, em maio. O dado apresenta desaceleração em relação à alta de 1,6% no quatro trimestre de 2021.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, evitou comentar os dados ruins da inflação, e festejou as previsões do PIB,. “Todas as revisões estão sendo feitas para cima. Alguns previam recessão e, agora, todo mundo está convergindo para a nossa estimativa. Ainda acho que podemos ter surpresas positivas”, disse. (Da Redação com o Correio Braziliense)