Reajuste dos planos de saúde pode superar 15% Os cálculos do percentual máximo de aumento, que se baseia nos custos das operadoras, foram encaminhados pela ANS ao Ministério da Economia

Publicação: 21/05/2022 06:30

O anúncio de reajuste dos planos de saúde, individuais ou familiares, deve ser anunciado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) nos próximos dias. Após o índice negativo do ano passado, reajuste deve ser em percentual positivo. A expectativa das operadoras é de que seja de dois, chegando próximo dos 16%. No ano passado, os valores mensais caíram -8,19% por conta dos efeitos da pandemia.

De acordo com a agência, o percentual máximo de reajuste a ser autorizado para os planos está sendo calculado e será divulgado após conclusão dos estudos e manifestação do Ministério da Economia. O cálculo do índice de reajuste anual foi enviado pelo ANS no dia 10 deste mês para a pasta. “Ainda não há, portanto, uma data definida para divulgação do índice”, afirmou a ANS.

A estimativa da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) é de que o reajuste fique perto dos 15,8%. Em nota, a instituição afirmou que era “importante lembrar que os planos de saúde foram o único setor regulado com reajuste negativo em 2021”. E que a redução dos preços foi um reflexo das despesas médico-hospitalares de 2020 inferiores às de 2019 por conta do adiamento dos procedimentos eletivos, gerado pelo distanciamento social.

Também por nota, o Ministério da Economia afirmou que somente se manifestará sobre o assunto ao término da avaliação. “Ainda sem previsão”, destacou.

Para requerer um reajuste de dois dígitos, a Abramge disse que as despesas dos planos em 2021 superaram “e muito” as de 2020. A alta, segunda associação, resultou da elevada taxa de ocupação hospitalar ocasionada pela retomada dos atendimentos adiados no ano anterior e a segunda onda da Covid-19.

“Outros fatores que impactaram, foram a inflação mundial de insumos (materiais, equipamentos e medicamentos) e a alta exponencial do dólar, moeda atrelada a grande parte dos insumos médico-hospitalares utilizados no Brasil”, acrescenta.

A Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) projeta reajuste de 15,7%. Quatro fatores impactaram no índice, segundo a entidade: o aumento do preço de medicamentos e insumos médicos, a forte retomada dos procedimentos eletivos, o impacto de tratamentos de Covid-19 longa e a incorporação de novas coberturas obrigatórias aos planos de saúde.

De acordo com a federação, outro componente considerado para o cálculo do reajuste é o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que incide sobre custos de naturezas como despesas administrativas. (Da Redação com Agência Brasil)