Massacre em escola na Crimeia Ataque de um estudante com arma de fogo e explosivos em escola técnica deixou 19 mortes e ao menos 40 feridos. Motivação ainda é desconhecida

Publicação: 18/10/2018 03:00

Moscou (AFP) - Dezenove pessoas morreram e dezenas ficaram feridas, em sua maioria adolescentes, ontem, quando um estudante abriu fogo numa escola técnica de Kerch, Crimeia, anunciaram autoridades russas. O ataque, que foi seguido por uma explosão no interior do prédio segundo testemunhas, aconteceu no início da tarde nesta cidade da península ucraniana, anexada pela Rússia em 2014.

“O autor do ataque cometeu suicídio com uma arma. Era um estudante do quarto ano deste estabelecimento. Seu cadáver foi encontrado na biblioteca”, declarou à rede de televisão Rossiya 24, o primeiro-ministro da Crimeia, Serguei Aksionov, acrescentando que o autor do massacre “não tinha antecedentes criminais”.

O balanço provisório (até o fechamento desta edição) era de 19 mortos e 40 feridos, segundo os serviços de emergência locais, que não esclareceram se este número incluía o autor do ataque.

As vítimas do ataque foram mortas por tiros, informou o Comitê de Investigação russo, que até agora só mencionara a explosão de um “artefato não identificado”. Além disso, este organismo identificou o agressor como Vladislav Rosliakov, de 18 anos.

Imagens das câmeras de segurança e postadas na internet mostravam um jovem armado com fuzil chegando ao estabelecimento. De cabelo curto, vestia camisa branca e calça preta.

A motivação do massacre ainda não foi revelada. Segundo Aksionov, o agressor, que estudava com bolsa de estudos, nunca havia sido agressivo no colégio. Antes de o ataque se reclassificado como “assassinatos”, uma investigação foi aberta por “ato terrorista”. “Não foi um ato terrorista (...) foi um assassinato em massa, obra de um único indivíduo”, afirmou Aksyonov.   

Antes da informação sobre tiros, as autoridades haviam anunciado que um artefato explosivo não identificado e repleto de objetos metálicos havia sido detonado na cantina do colégio politécnico de Kerch. O comitê nacional antiterrorista russo também citou um “artefato explosivo não identificado”.

As primeiras imagens da televisão mostraram as equipes de resgate levando as vítimas para ambulâncias improvisadas. “As vítimas foram levadas em veículos comuns, em ônibus, ambulâncias. São crianças e trabalhadores”, disse um homem coberto de sangue a um canal de TV local. A testemunha também citou “tiros”.

“Ouvi tiros no primeiro andar. Todos corremos para o corredor, onde as pessoas corriam e gritavam que um homem com uma metralhadora disparava contra todos”, relatou um estudante do estabelecimento, que pediu anonimato. “Então houve uma grande explosão, mas felizmente eu já estava fora. Vi como a explosão quebrou as janelas”, acrescentou ele por telefone, ainda muito afetado, acrescentando que “não havia macas suficientes”.

O presidente russo, Vladimir Putin, expressou condolências aos parentes das vítimas em um comunicado. Putin está em Sochi, às margens do Mar Negro, onde recebe nesta quarta-feira o presidente egípcio Abdel Fattah al Sisi. “Há algumas horas, aconteceu um evento trágico em Kerch. Pessoas morreram e outras ficaram feridas. Apresento minhas condolências às famílias das vítimas”, declarou Putin.