DESAPARECIDO » Novas acusações contra os agentes sauditas

Publicação: 18/10/2018 03:00

Ancara (AFP) - O presidente americano, Donald Trump, negou ontem tentar “encobrir” sua aliada, a Arábia Saudita, no caso de Jamal Khashoggi e disse esperar saber da verdade nesta semana sobre o que aconteceu com o jornalista supostamente assassinado na Turquia por agentes enviados por Riad. “Não, (não estou encobrindo) nada, eu só quero averiguar o que está acontecendo”, disse Trump a jornalistas na Casa Branca. “Não estou encobrindo” os sauditas de nada, insistiu.

O presidente informou que receberá um “relatório completo” do secretário de Estado, Mike Pompeo, no retorno de suas reuniões com autoridades turcas e sauditas, e que então saberá a verdade. “Provavelmente vamos saber algo até o final da semana”, disse Trump.

Trump fez estes comentários logo após a publicação pela imprensa turca de revelações segundo as quais o jornalista foi torturado e assassinado por agentes sauditas no consulado de seu país em Istambul no dia 2 de outubro.

O jornal Yeni Safak relata ter tido acesso a gravações de áudio e informa que Khashoggi foi torturado durante um interrogatório e que os agentes sauditas cortaram seus dedos, antes de “decapitar” a vítima.

Segundo estas informações, os assassinos sauditas seriam agentes ligados ao príncipe herdeiro Mohamed Bin Salman, conhecido como MBS, um poderoso membro da família real saudita e ator-chave nos esforços por uma maior aproximação do reino com a Casa Branca. O governo americano parece dar o benefício da dúvida à sua aliada, insistindo na vontade de Riad de realizar sua própria investigação.

Na terça-feira, em uma entrevista à agência americana AP, Trump pediu que se aplique o princípio da presunção da inocência para a Arábia Saudita.  

O desaparecimento de Khashoggi, um cidadão saudita residente nos Estados Unidos durante o último ano, e crítico de MBS, pode ter colocado fim às aspirações do príncipe herdeiro de modernizar o rosto da Arábia Saudita.