DESPEDIDA NOS EUA » Luto nacional por George Bush

Publicação: 06/12/2018 03:00

Washington (AFP) - Os Estados Unidos se despediram ontem do ex-presidente George H. W. Bush, com um dia de luto nacional e um funeral de Estado em Washington, ao qual assistiram dirigentes nacionais e internacionais do presente e do passado para homenagear este que é considerado um exemplo de unidade em um país atualmente dividido.

O caixão com o corpo do 41º presidente americano, falecido na sexta-feira aos 94 anos, chegou à Catedral Nacional de Washington pouco após as 14h de Brasília, trazido do Congresso, onde foi velado nas últimas 36 horas.

A família de Bush, inclusive seu filho mais velho, de 72 anos, 43º presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, acompanhou o caixão, coberto com a bandeira americana. Antes do início da cerimônia, Bush filho ofereceu um caramelo à ex-primeira-dama, Michelle Obama, repetindo o gesto feito durante o funeral do senador John McCain, em setembro.

Quando o ex-presidente chegou à catedral, saudou o atual presidente, Donald Trump, e sua esposa, Melania, sentados na primeira fila. Em seguida, o republicano apertou a mão do ex-presidente democrata, Barack Obama, e de Michelle, fazendo-a sorrir ao, aparentemente, passar-lhe a bala.

Bush seguiu saudando o ex-presidente Bill Clinton (também democrata), a ex-primeira-dama e ex-candidata à Presidência, Hillary Clinton, o ex-presidente Jimmy Carter, e sua esposa, Rosalynn.

Ao chegar, Trump e Obama trocaram o primeiro aperto de mãos desde a sucessão presidencial, em 20 de janeiro de 2017. Mas os Trump não cumprimentaram os Clinton e os Carter. Este último, no entanto, havia trocado pouco antes algumas palavras com o vice-presidente Mike Pence.

Na catedral neogótica também estavam presentes o príncipe Charles, da Inglaterra; a chanceler alemã, Angela Merkel; o rei jordaniano Abdullah II e a rainha Rania; o presidente polonês, Andrzej Duda, acompanhado de Lech Walesa. O papa Francisco enviou em um telegrama suas sinceras condolências à família Bush.

Em demonstração de respeito, dezenas de pessoas se reuniram na Avenida Pensilvânia, centro da capital, para acompanhar o cortejo fúnebre, o primeiro funeral presidencial celebrado desde que Gerald Ford morreu, no fim de 2006.

Trump, que não discursou no funeral, mudou nesta ocasião seu habitual tom de confronto por outro mais solene. “Isto não é um funeral, é um dia de celebração para um grande homem que levou uma vida longa e distinta. Fará falta!”, tuitou mais cedo.

A ascensão de Trump no Partido Republicano e sua surpreendente vitória em 2016 levaram a um duro confronto com esta emblemática família da política americana. Trump não compareceu em abril ao funeral de Barbara Bush, esposa de George H.W, muito estimada pelos americanos.