VENEZUELA » Maduro: EUA ordenaram um golpe

Publicação: 23/01/2019 03:00

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, acusou o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, de ordenar um golpe de Estado contra seu governo, após o funcionário manifestar seu apoio aos protestos da oposição previstos para esta quarta-feira. “O que fez o governo dos Estados Unidos através do vice-presidente Mike Pence, de dar ordens para a execução de um golpe de Estado fascista (...), não tem precedentes na história das relações entre Estados Unidos e Venezuela em 200 anos”, disse Maduro nesta terça-feira em mensagem à Nação.

Maduro ordenou ao chanceler Jorge Arreaza que faça “uma revisão total das relações” com os Estados Unidos para tomar decisões nas próximas horas de “caráter político e diplomático” em defesa da Venezuela. O ministro de Comunicação da Venezuela, Jorge Rodríguez, já havia acusado Pence de mandar “terroristas” promoverem atos de violência em manifestação prevista para hoje com objetivo de desestabilizar o governo.

De acordo com Rodríguez, alguns dos 27 militares presos na segunda por se voltarem contra Maduro confessaram ter entregado parte das armas que roubaram a ativistas opositores “para que executem atos de violência, deixem feridos e mortos na manifestação”. O ministro se referiu a esses ativistas como “civis pertencentes à célula terrorista Vontade Popular”, partido do líder opositor Leopoldo López e do presidente do Parlamento, Juan Guaidó. O plano previa que pessoas trajando uniformes militares “eventualmente disparassem contra a manifestação opositora”. “Para quê? Para cumprir as ordens de Mike Pence”, garantiu.

Pouco antes, Pence havia expressado seu apoio às manifestações opositoras que exigem um governo de transição e eleições. O ministro detalhou que das 51 armas roubadas na véspera pelo grupo de militares 11 não foram recuperadas e seriam usadas para atentar contra a manifestação opositora. Também lembrou de atos de violência ocorridos durante protestos no ano passado, pelos quais o governo responsabiliza alguns líderes opositores e que, segundo disse, pretendiam derrubar o governo. (AFP)