AIR FRANCE » Procuradoria pressiona por julgamento em acidente do voo Rio-Paris

Publicação: 18/07/2019 03:00

A Procuradoria de Paris solicitou um julgamento contra a companhia aérea Air France e o encerramento do processo no caso da Airbus, após a investigação sobre o acidente do voo Rio-Paris, que matou 228 pessoas em 2009, informaram ontem à AFP fontes concordantes.

A Procuradoria considera que a companhia aérea “foi negligente e imprudente” por não ter fornecido aos seus pilotos informações suficientes sobre o procedimento a ser adotado em caso de anomalias relacionadas às sondas que permitem controlar a velocidade da aeronave, após vários incidentes do mesmo tipo nos meses que antecederam o desastre, de acordo com sua recomendação datada de 12 de julho.

Por outro lado, estima que não há acusações fortes suficientes contra a fabricante da aeronave para um julgamento. Cabe agora aos juízes de instrução decidir se vão seguir essas requisições e ordenar um julgamento apenas para a companhia aérea. Em 1º de junho de 2009, o voo AF447 caiu no Oceano Atlântico.

Os 228 passageiros e tripulantes de 34 nacionalidades morreram no acidente, o mais mortífero da história da Air France. Nessa batalha judicial, em andamento há mais de dez anos, as duas empresas foram indiciadas em 2011 por “homicídios culposos”.

Início do desastre: a formação de gelo em pleno voo nas sondas Pitot que levou a uma interrupção das medições de velocidade do Airbus A330 e desorientou os pilotos até que o avião parasse. As duas caixas-pretas do AF447 foram resgatadas após quase dois anos submersas a 3.900 metros de profundidade no local onde a aeronave afundou.

A investigação provocou uma verdadeira batalha entre especialistas para estabelecer as responsabilidades na queda da aeronave. As partes civis pressionam para que a Airbus e a Air France sejam julgadas.

Em 2012, a primeira expertise apontou para erros da tripulação, problemas técnicos e falta de informações dos pilotos no caso de congelamento das sonda.

A fabricante pediu então uma segunda expertise, que se concentrou principalmente numa “reação inadequada da tripulação” e nas deficiências da Air France. (AFP)