Pesquisa aponta vitória de Johnson Legenda do primeiro-ministro, segundo boca de urna, conquista 368 das 650 cadeiras da Câmara dos Deputados e pavimenta concretização do Brexit

Publicação: 13/12/2019 03:00

O Partido Conservador, do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, obteve uma folgada maioria nas eleições legislativas de ontem, segundo pesquisa de boca de urna publicada nos principais jornais do país, o que vai permitir que ele cumpra a promessa de tirar o Reino Unido da União Europeia no fim de janeiro.

“Obrigado a todos os que votaram em nosso grande país, participaram como voluntários, se apresentaram como candidatos. Vivemos na maior democracia do mundo”, tuitou o premiê, eufórico. No poder desde julho, mas em minoria no Parlamento, o carismático e controverso Johnson apostou na convocação de eleições antecipadas em dezembro, um mês escuro e frio, pouco propício para levar os britânicos às urnas. Foi uma aposta arriscada, que ele venceu.

De acordo com pesquisa de boca de urna do instituto Ipsos/MORI para BBC e Sky News, os conservadores obtiveram 368 cadeiras do total de 650 na Câmara dos Deputados, 50 a mais que em 2017. Já a principal força da oposição, o Partido Trabalhista de Jeremy Corby, sofreu uma dura derrota, ficando limitado a 191 deputados, 71 a menos que em 2017. Os separatistas escoceses do SNP estariam em terceiro lugar, com 55 assentos (+20) e os centristas do Partido Liberal-democrata, muito atrás, com 13 deputados.

Embora estas pesquisas costumem ser muito próximas, será preciso esperar até a alta madrugada de sexta-feira para ter os resultados. Os especialistas coincidem em que, por mais que o resultado final seja divergente, a vitória dos conservadores está garantida. “Isto significa que o Brexit será realizado em 31 de janeiro”, destacou Tony Travers, especialistas em políticas públicas na London School of Economics.

Decidido por referendo em 2016, com 52% dos votos, o Brexit, era inicialmente previsto para março de 2019. Mas o repúdio reiterado de um Parlamento fragmentado às sucessivas versões do acordo de divórcio negociado com Bruxelas obrigou adiá-lo três vezes,.

Há mais de três anos, o tema monopoliza a vida política britânica e divide profundamente a sociedade. Agora, Johnson poderá apresentar na próxima semana seu acordo de Brexit ao novo Parlamento, sob a forma de um projeto de lei que o traduza para a legislação britânica, embora não deva ser aprovado até janeiro.

BRUXELAS

Para entrar em vigor, o texto também deve ser ratificado pelo Parlamento Europeu em nome dos outros 27 países-membros, cujos líderes, reunidos na quinta-feira em uma cúpula em Bruxelas, já respiram aliviados pela certeza de que esta maioria dá ao processo.

A confirmação do resultado da pesquisa de boca de urna seria “extremamente decepcionante”, admitiu o número dois do Partido Trabalhista, John McDonnell. (AFP)