No mundo, 2,6 bilhões de pessoas estão confinadas

Publicação: 25/03/2020 03:00

Um terço da população mundial encontrava-se sob ordens de isolamento ontem. À medida que o novo coronavírus se expande, outros países estão adicionando ordens de quarentena, isolamento ou toque de recolher, e ontem foi o governo da Índia que ordenou o confinamento total por três semanas no país de 1,3 bilhão de habitantes.

A decisão do governo do segundo país mais populoso do planeta eleva para 2,6 bilhões o número de pessoas sujeitas a ordens de confinamento mais ou menos estritas, ou seja, um em cada três seres humanos. Essas medidas de confinamento deixaram 95% das crianças na América Latina e no Caribe sem escola.

A velocidade da pandemia está “acelerando”, alertou a Organização Mundial da Saúde (OMS), que convocou os governos a multiplicarem as quarentenas para impedir que seus sistemas de saúde entrem em colapso, o que ocorre em todos os continentes.

A Itália teve uma pequena esperança com dois dias consecutivos de baixas diárias de mortos. Mas ontem, esse número aumentou novamente, com 743 mortes, para um total de 6.820 mortes. No entanto, o contágio parece crescer menos rapidamente.

Ontem, 66 milhões de britânicos também aderiram ao confinamento obrigatório. “Não devem encontrar amigos; se chamarem para sair, devem dizer não”, insistiu o primeiro-ministro Boris Johnson em mensagem na televisão.

DECRETO
O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, decretou ontem o maior confinamento da história, ordenando que todos os 1,3 bilhão de habitantes do país fiquem em casa pelas próximas três semanas. O país é o segundo mais populoso do mundo.

“Haverá uma proibição total de sair de suas casas”, afirmou o premiê na TV. “Todos os distritos, todas as ruas, todas as vilas vão entrar em confinamento”. O governo já havia proibido voos e viagens de trens e ordenado o fechamento do comércio e das escolas, mas a população ainda estava livre para sair de casa antes do anúncio desta terça.

Diferente do que ocorreu em outros países, Narenda Modi indicou que não haverá nenhum tipo de exceção, para profissionais de saúde ou para quem precisa comprar comida, por exemplo. Ele disse apenas que o governo e entidades da sociedade civis vão ajudar quem precisar, mas sem oferecer detalhes.

A medida já está em vigor na Índia. Até ontem, o país registrava 519 casos confirmados do novo coronavírus e dez mortes, segundo os dados da Universidade John Hopkins, dos Estados Unidos. Autoridades médicas indianas, temem que estes números podem crescer rapidamente e que o país pode ter mais de um milhão de pessoas infectadas até maio. (Com agências)