América Latina é o novo epicentro
Com o aumento exponencial de contágios, a região contabiliza mais de 617 mil casos confirmados e quase 35 mil mortes pelo novo coronavírus
Publicação: 23/05/2020 03:00
A América Latina é o novo epicentro da pandemia de coronavírus e o Brasil é o país mais preocupante, afirma a Organização Mundial da Saúde (OMS). Entre os 50 países do mundo com maior número de casos da Covid-19, oito ficam na região, somando 617 mil contágios e quase 35 mil mortes.
“Vemos o número de casos aumentar em numerosos países sul-americanos. Há muita preocupação em torno desses países, mas, claramente, o mais afetado no momento é o Brasil”, declarou o responsável por situações de emergência da OMS, Michael Ryan, ao participar de uma teleconferência nesta sexta-feira.
Tendo superado a marca das mil mortes diárias, o Brasil apresenta um quadro de transmissão acelerada da doença, segundo o Imperial College de Londres. O mesmo ocorre no Peru, no Chile, no México e no Equador. A taxa de contágio (Rt), que indica para quantas pessoas em média cada infectado transmite o coronavírus, foi calculada em 1,3 no Brasil. Quando está acima de 1, a transmissão está fora de controle.
O centro de epidemiologia do Imperial College, referência no acompanhamento de doenças transmissíveis, calcula que 6.980 mortes ocorram nesta semana, variando de 5.850 a 8.070. O número estimado é o maior número entre os 54 países com transmissão ativa, que são aqueles com ao menos cem mortes registradas desde o começo da pandemia e pelo menos dez mortes nas últimas duas semanas.
Em segundo lugar neste ramking mundial está o Reino Unido, com 2.400 mortes na semana, mas com uma taxa de contágio de 0,84, o que mostra a transmissão sob controle. Os Estados Unidos não entraram nesta edição porque foram objeto de um estudo em separado, com comparações entre seus estados.
Sobre o estado da pandemia no Brasil, Michael Ryan afirmou que, embora o maior número de casos seja em São Paulo, a situação mais séria é a do Amazonas, que tem o maior número de casos em relação à população.
ARTICULAÇÃO
Dada a rápida progressão da pandemia na região, os presidentes de Peru, Colômbia, Chile e Uruguai se reuniram em videoconferência para tomar medidas diante da crise. O Peru é o segundo país em número de infecções na América Latina depois do Brasil, enquanto em quantidade de óbitos é o terceiro, superado pelo Brasil e pelo México. A maioria dos hospitais de Lima está à beira do colapso.As unidades de saúde “carecem de equipamentos de biossegurança para os funcionários, leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), ventiladores mecânicos, oxigênio, testes de descarte, entre outros dispositivos e suprimentos”, afirmou a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal).
O número de casos no Peru ultrapassou 111 mil e o de mortes, 3.2 mil. O Chile passou dos 61 mil casos, enquanto o México se aproxima dos 60 mil casos e mais de 6,5 mil óbitos. No Chile, as mortes aumentam de forma acelerada nos últimos dias. “É uma grande batalha da qual ninguém pode se escapar”, disse o ministro chileno da Saúde, Jaime Mañalich. (Com agências)
“Vemos o número de casos aumentar em numerosos países sul-americanos. Há muita preocupação em torno desses países, mas, claramente, o mais afetado no momento é o Brasil”, declarou o responsável por situações de emergência da OMS, Michael Ryan, ao participar de uma teleconferência nesta sexta-feira.
Tendo superado a marca das mil mortes diárias, o Brasil apresenta um quadro de transmissão acelerada da doença, segundo o Imperial College de Londres. O mesmo ocorre no Peru, no Chile, no México e no Equador. A taxa de contágio (Rt), que indica para quantas pessoas em média cada infectado transmite o coronavírus, foi calculada em 1,3 no Brasil. Quando está acima de 1, a transmissão está fora de controle.
O centro de epidemiologia do Imperial College, referência no acompanhamento de doenças transmissíveis, calcula que 6.980 mortes ocorram nesta semana, variando de 5.850 a 8.070. O número estimado é o maior número entre os 54 países com transmissão ativa, que são aqueles com ao menos cem mortes registradas desde o começo da pandemia e pelo menos dez mortes nas últimas duas semanas.
Em segundo lugar neste ramking mundial está o Reino Unido, com 2.400 mortes na semana, mas com uma taxa de contágio de 0,84, o que mostra a transmissão sob controle. Os Estados Unidos não entraram nesta edição porque foram objeto de um estudo em separado, com comparações entre seus estados.
Sobre o estado da pandemia no Brasil, Michael Ryan afirmou que, embora o maior número de casos seja em São Paulo, a situação mais séria é a do Amazonas, que tem o maior número de casos em relação à população.
ARTICULAÇÃO
Dada a rápida progressão da pandemia na região, os presidentes de Peru, Colômbia, Chile e Uruguai se reuniram em videoconferência para tomar medidas diante da crise. O Peru é o segundo país em número de infecções na América Latina depois do Brasil, enquanto em quantidade de óbitos é o terceiro, superado pelo Brasil e pelo México. A maioria dos hospitais de Lima está à beira do colapso.As unidades de saúde “carecem de equipamentos de biossegurança para os funcionários, leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), ventiladores mecânicos, oxigênio, testes de descarte, entre outros dispositivos e suprimentos”, afirmou a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal).
O número de casos no Peru ultrapassou 111 mil e o de mortes, 3.2 mil. O Chile passou dos 61 mil casos, enquanto o México se aproxima dos 60 mil casos e mais de 6,5 mil óbitos. No Chile, as mortes aumentam de forma acelerada nos últimos dias. “É uma grande batalha da qual ninguém pode se escapar”, disse o ministro chileno da Saúde, Jaime Mañalich. (Com agências)