EUA diminuirão as restrições aos estrangeiros Flexibilização permitirá a entrada de visitantes que tenham se vacinado com doses da Pfizer, Moderna e Jansen; FDA ainda não aprovou doses da AstraZeneca

Publicação: 21/09/2021 03:00

Os Estados Unidos anunciaram ontem que irão diminuir, no dia 1° de novembro, para os vacinados contra a Covid-19 as restrições aos viajantes internacionais em vigor desde março de 2020, que incomodavam seus parceiros, principalmente os europeus.

Além de apresentar comprovante de vacinação, quem viajar para os Estados Unidos deverá fazer o teste da doença em até três dias antes do embarque e usar máscara durante a viagem, informou Jeff Zients, coordenador de combate à pandemia da Casa Branca.

O governo americano não especificou quais vacinas serão reconhecidas para a entrada nos Estados Unidos. Em entrevista à AFP, Thierry Breton, comissário europeu para o mercado interno, disse que a nova ordem abrange as vacinas reconhecidas pela agência farmacêutica norte-americana (FDA), que são a Pfizer, Moderna e Johnson & Johnson (Janssen).

A FDA não aprovou a vacina AstraZeneca, aplicada em muitos países europeus, mas Breton disse que conversou com Zients e viu sinais de esperança. Ele “me disse que, para as outras vacinas, especialmente a AstraZeneca, será sua agência de saúde que decidirá, mas ele tinha um ar positivo e otimista”, descreveu.

A Comissão Europeia saudou o anúncio dos EUA como “uma medida longamente aguardada por famílias e amigos que estão distantes”, e assinalou que essa também é “uma boa notícia para as empresas”. Segundo a Câmara de Comércio dos EUA, a decisão contribuirá para uma “recuperação robusta e duradoura da economia dos EUA”.

A flexibilização das restrições de viagens impostas em março de 2020 por Donald Trump, quando o surto de coronavírus foi classificado como pandemia, marca uma mudança significativa por parte do governo Biden e responde a uma demanda importante de seus aliados europeus, em um momento de tensão nas relações diplomáticas.

Atualmente, apenas os cidadãos americanos, os residentes e os estrangeiros com vistos especiais podem ingressar nos Estados Unidos vindos da maioria dos países europeus.

A decisão dos EUA acontece na véspera do discurso de Biden na Assembleia Geral da ONU, em Nova York, no qual a pandemia será o tema principal das discussões diplomáticas.

Contudo, fontes do governo  norte-americano apontaram que a decisão de relaxar as restrições foi “realmente motivada pela ciência”. (AFP)