Educar para conscientizar

Ricardo Costa
Deputado estadua

Publicação: 10/08/2018 03:00

Quando pensamos em conscientização política, logo pensamos em educação. Um povo educado é consciente de seus direitos e deveres. Essa é a realidade de muitos países desenvolvidos, que primam pela educação de seu povo, pois entendem que esse é o melhor investimento que um governo pode fazer para sua população. Em nosso país, a realidade é bem diferente. Infelizmente, a realidade da educação brasileira colabora para que grande parte de nossa população esteja à parte daquilo que ocorre na esfera política. E, dessa forma, a inconsciência política cresce, proporcionando o espaço que o político mal intencionado usará de forma a manter ainda mais essa situação confortável. Aqui, a consciência política nunca foi muito incentivada. É muito melhor e mais interessante para os grupos dominantes que a grande maioria das pessoas desconheça os seus direitos, e entendam o dever como algo negativo. Essa cultura da inconsciência permite que os políticos mal-intencionados se fortaleçam e continuem, desmerecidamente, a ocupar cargos públicos.

É também a falta de consciência política que impede uma amplitude do debate político em nosso país. Lamentavelmente, um grande número de pessoas ainda desconhece o seu papel cidadão. E, assim, vai se criando uma multidão de inconscientes que elegem seus desconhecidos candidatos, sem pensar que a sua escolha irá interferir, e muito, na sua vida e na de toda a sociedade.

Mas o que podemos fazer para que a conscientização política cresça em nosso país? Um país que possui mais de 20 milhões de analfabetos está distante do sonho de uma conscientização política. Como pensar em conscientizar nosso povo, sendo que apenas 25% dos brasileiros entre 15 e 64 anos são capazes de ler, entender o que está escrito e escrever corretamente (pesquisa IBOPE) enquanto 8% são analfabetos? Como pensar em conscientização política quando 67% dos brasileiros, embora saibam ler e escrever, não têm como usar esse conhecimento para entender mais do que uma frase ou algumas frases? Por isso, precisamos pensar em investir mais no ser humano e em sua educação. Com as condições básicas, capacitando e dando os instrumentos necessários, podemos sonhar em, um dia, termos nossa população consciente.

Em nosso estado a educação já vem sendo tratada como prioridade, com trabalho, compromisso e priorização de investimentos. Esse é o conjunto de esforços que vem fazendo com que Pernambuco continue avançando e conquistando importantes resultados no âmbito da educação. Pelo terceiro ano consecutivo em evolução, o estado se destacou no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica de Pernambuco (Idepe) alcançando a média de 4,5 em 2017, superando os 4,1 do ano de 2016 e, mais uma vez, a média nacional, que é 3,5. E, hoje, Pernambuco tem a maior rede de escolas em tempo integral do país, com 387 unidades, em pleno funcionamento, 28 Escolas Técnicas, além do programa “Ganhe e Mundo”. Com educação e consciência política, poderemos sonhar em termos um Brasil muito diferente e mais justo.