EDITORIAL » Valorização do professor

Publicação: 17/10/2018 03:00

Pergunte a qualquer estudante do ensino médio qual carreira ele pretende seguir. Muito provavelmente, citará medicina, direito, engenharia, computação. Pouquíssimos vão falar no magistério. Outrora reconhecida e valorizada, a profissão hoje no Brasil já não atrai mais os jovens. E isso se deve a vários fatores, que vão desde a baixa remuneração até a violência — física ou moral — a que docentes, muitas vezes são submetidos nas escolas.

No mês passado, o Ministério da Educação divulgou os resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) 2017, que mede o desempenho do sistema educacional brasileiro. Os dados mostram que nenhum estado do país atingiu a meta estabelecida, superada apenas nos anos iniciais do ensino fundamental. Nos anos finais desse ciclo, apenas sete alcançaram o índice proposto para este ano.

Esse resultado acende o sinal de alerta para a qualidade da educação pública no país. O baixo nível apontado na pesquisa do Ideb se dá justamente pela falta de incentivo aos professores e do investimento na educação propriamente dita. As condições de trabalho impostas aos profissionais da área deixam a desejar e são mais um indicador de que é preciso promover melhoras no sistema educacional brasileiro. A presidente executiva do Todos Pela Educação, Priscila Cruz, afirmou, recentemente, que o país precisa de um plano estratégico para efetivar mudanças estruturantes na educação básica pública de maneira sistêmica, para conseguir o salto de qualidade e equidade de que precisamos.

Quando se analisa os números da tragédia na educação brasileira, é preciso parar e pensar no futuro que o país deseja para seus cidadãos. Um país só se desenvolve quando investe pesado na educação de qualidade. E isso passa pelo estímulo à formação de professores, a uma remuneração adequada e à criação de condições para que o trabalho de ensinar possa ser plenamente desenvolvido. E também possa atrair novos docentes para a carreira de magistério.