Cooperativismo financeiro e o ciclo virtuoso

Giovanni Prado
Diretor executivo da Sicredi Pernambucred

Publicação: 14/03/2019 03:00

Já imaginou aplicar seu dinheiro em um ativo rentável, que tenha segurança garantida e seja acessível a todos? Você aplicaria nele? E se, além dessas vantagens financeiras, esses investimentos beneficiassem as pessoas e a região onde você atua...Você investiria nele? Pois saiba que esse investimento está à disposição de toda a sociedade pernambucana.

Trata-se do RDC - Recibo de depósito cooperativo, um ativo de renda fixa das cooperativas financeiras, similar aos CDB e RDB dos bancos convencionais, mas com uma diferença sutil: toda a riqueza gerada por essas instituições financeiras fica na região, beneficiando a própria comunidade local. A esse processo de desenvolvimento conjunto que envolve a cooperativa financeira, o associado e a comunidade damos o nome de ciclo  virtuoso.

Assim como os demais papéis de renda fixa, o RDC conta também com mesmas garantias do Fundo Garantidor de Crédito, que no cooperativismo chama-se FGCoop. Além de que, em algumas cooperativas, como é o caso da Sicredi Pernambucred, a captação desses recursos é investida no Empréstimo Consignado, o que reforça ainda mais a sua segurança.

Outra vantagem de optar pelo RDC é que o investidor pode aumentar sua participação nos resultados distribuídos pela cooperativa. No cooperativismo o nome técnico para lucro é sobras. É que, como o cooperativismo não visa lucro, as sobras são repartidas entre os cooperados que são donos e clientes ao mesmo tempo, conforme a participação de cada um. E, quanto mais se aplica no RDC, maior pode ser a sua remuneração e maior pode ser a sua participação nos resultados da cooperativa.

É por esse motivo que o modelo socioeconômico - o Cooperativismo Financeiro - tem crescido tanto no Brasil, embora tenha muito espaço para ampliar a sua ainda tímida participação de 3,5% no mercado financeiro nacional. Em outros países, como, por exemplo, os EUA e a Alemanha, essa participação já ultrapassa os 50%, segundo o Portal do Cooperativismo Financeiro.

A consequência disso é a gigantesca diferença entre os resultados das instituições financeiras: enquanto os 5 maiores bancos levaram mais de R$ 85 bilhões de lucro, apenas R$ 5 bilhões serão compartilhados com todos os associados do cooperativismo financeiro. E essa diferença poderia ficar aqui, beneficiando as pessoas e a região. Porque o cooperativismo é um modelo socioeconômico mais justo e humano, compartilhador da riqueza com o efetivo gerador dela. É um upgrade no capitalismo. Sim, é possível: investimentos que gerem poder financeiro, compartilhamento de riqueza e amor ao próximo. O cooperativismo é tudo isso e muito mais.