O mundo nunca viveu (ou viverá) em paz

Paulo Arthur Marenga de Arruda
Arquiteto e urbanista

Publicação: 06/12/2023 03:00

Três Séculos antes de Cristo, o filósofo grego Zenão de Citio criou, sob o arco de Stoa, em Athenas, o que viria a ser conhecido como  estoicismo. Tratava-se de uma nova filosofia que ensinava a conviver com aquilo que não poderia ser mudado, por exemplo, as leis da natureza advindas do Criador. Mas nem precisa ser estóico vendo o que se passou no mundo e na história que legamos dos nossos antepassados. Está lá gravado que as guerras, ou tudo aquilo entendido como tal, começaram ainda com o primeiro e bíblico casal, quando estabeleceu-se a disputa entre o bem e o mal.

Dentre os sábios ensinamentos que a Bíblia Sagrada nos traz, o Apóstolo e Evangelista Lucas (em 21, 9-11), citando o próprio Cristo, vaticinou: “Não tenham medo quando ouvirem falar de guerras e de revoluções, pois é preciso que essas coisas aconteçam primeiro. Mas isso não quer dizer que o fim está perto. Uma nação vai guerrear contra outra, um país atacará o outro. Em vários lugares haverá tremores de terra, falta de alimentos e epidemias. Acontecerão coisas terríveis e grandes sinais serão vistos do céu.”

Recentemente, cientistas ingleses  que estudaram por longos anos a cadeia do DNA de homens e mulheres, oriundos de países dos quatro cantos do mundo, concluíram que tanto uns como outras têm a mesma descendência, vieram do primeiro casal, como nos ensinaram as Escrituras Sagradas. Pois bem, a régua do DNA traz traços herdados não apenas da ascendência imediata mas, como mostraram os cientistas, tem na sua intrincada cadeia genética a herança de Adão e Eva. Isso pode nos dizer que as disputas entre o bem e o mal, hoje traduzidas em lutas entre povos e nações, estão indelevelmente atuantes em nosso próprio DNA. Somos belicosos mesmo!

Assim, parece-me uma grande tolice quando grupos imensos de pessoas se reúnem mundo a fora pedindo pela paz universal. Ora, se somos beligerantes por nossa própria natureza e por herança genética, como pensar em paz duradoura? Vivemos permanentemente em disputas por poder e território, sejam elas restritas a dois países ou envolvendo mais povos e nações, jamais deixarão de existir. As guerras estão cada vez mais tecnológicas e sofisticadas, com bombas atingindo alvos sem destruição paralela. Do avião ao tanque de guerra, dos modernos drones ao porta aviões, tudo cada vez mais sofisticado e veloz, limitando defesas.

Portanto, de há muito vivemos a paz apenas nos espaços temporais, cada vez mais curtos, entre guerras fratricidas e destruidoras de homens e bens.