Marido põe Marina Silva em saias justas Fábio Vaz de Lima participa do governo do PT no Acre, apesar da esposa estar em campo oposto

Publicação: 05/01/2014 03:00

Vaz integra a Secretaria de Desenvolvimento Florestal (THAYS CABETTE/FLIRCK MARINA SILVA)
Vaz integra a Secretaria de Desenvolvimento Florestal
A independência política e a militância verde do técnico agrícola Fábio Vaz de Lima tem custado algumas saias justas a sua mulher, a ex-senadora e fundadora da Rede Solidariedade, Marina Silva (PSB). Ligado aos irmãos Tião e Jorge Viana (PT-AC), ele segue, sem constrangimentos, instalado no governo petista do Acre.

Não o abalou do cargo o tom do evento de formalização da coligação PSB/Rede, quando Marina e o pré-candidato à Presidência e governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), adotaram o discurso do contraponto “à velha política das oligarquias” e ao “chavismo do PT”.

Cobrado por setores do partido da presidente Dilma, inclusive do PT acriano, Fábio manteve a ligação umbilical com os Viana no Acre, e o cargo de secretário Adjunto da Secretaria de Desenvolvimento Florestal, da Indústria, do Comércio e dos Serviços Sustentáveis do governo Tião Viana. Fábio tenta se manter distante das ações políticas da esposa, até para manter a independência que tanto preza. É também avesso a falar com a imprensa. Procurado pela reportagem, não respondeu aos pedidos de entrevistas, a exemplo de Marina.

Paulista de Santos, ele foi para o Acre como técnico agropecuário. Na faculdade, onde Marina cursava história, começaram a militar no movimento estudantil, com os irmãos Viana. Para a política partidária foi um pulo: primeiro PT, depois PV e, agora, Rede. Porém, sempre integrado aos governos petistas de Jorge Viana, Binho Marques e Tião Viana. No Congresso, foi assessor do ex-senador e agora deputado Sibá Machado.

Companheiro de Marina na criação da Rede, o deputado Alfredo Sirkis (PSB-RJ) diz que a ex-ministra e Fábio integram um tipo de “família”. Fábio fica mais à margem das decisões partidárias, e assim ganha certa independência para continuar nos governos. “Fábio hesita em ter muita influência desde o PV. Nunca o vi envolvido nas questões partidárias da Rede. Isso lhe deixa com mais liberdade para trabalhar. Ele e Marina encontraram uma fórmula de contornar essa situação”.

Como secretário-adjunto de Desenvolvimento Florestal e engajado com ONGs internacionais de meio ambiente, Fábio comandou a implantação da agência que cuida da venda de créditos de carbono no Acre. Enquanto mantém a vida profissional no Acre, Marina e os filhos têm residência fixa em Brasília. (Da Agência O Globo)