A fórmula da criação de estatais no Brasil Desde 2011, quando assumiu o primeiro mandato, a presidente Dilma criou mais estatais do que seus antecessores juntos

Publicação: 27/09/2015 03:00

Em pouco mais de quatro anos e meio de governo, a presidente Dilma Rousseff criou mais empresas estatais do que em todos os oito anos do governo Lula. Foram cinco estatais entre 2011 e 2013, com quadro de funcionários superior a 10 mil e orçamento anual que ultrapassa a casa dos quatro bilhões de reais. Para efeito comparativo, o governo do ex-presidente Lula criou quatro estatais em oito anos, cujo quadro somado é de pouco mais de 3,3 mil pessoas e o orçamento gira em torno de R$ 2,46 bilhões. Entre as estatais criadas por Dilma está a Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA), que deverá gerir a parte do governo na exploração do petróleo dessa camada. A empresa acumula prejuízo de R$ 40 milhões.

Os números da presidente Dilma só são superados quando comparados com o também ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Entre 1997 e 2001, duas empresas foram criadas e outras 11 foram federalizadas, ou seja, passaram para o controle da União. A maior parte das federalizações ocorreu no segundo mandato de FHC - oito ao todo.

Seis instituições que passaram a ser controladas pelo Estado à época eram bancos estaduais. Desses seis, cinco foram privatizados. A exceção fica por conta do Banco do Estado do Piauí, adquirido pelo Banco do Brasil em 2008. Das treze estatais de FHC, cinco continuam sob controle governamental, número idêntico ao primeiro mandato de Dilma.
Os gastos das cinco estatais do governo FHC, contudo, são maiores que o governo Dilma e superam em pouco mais de R$ 1 bilhão os números das empresas criadas pela petista.

Para João Paulo Peixoto, professor do Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília (Ipol/UnB), é inaceitável que, em apenas um mandato, Dilma tenha criado mais estatais do que todo o governo o Lula. “Os dois são do PT, isso reflete a visão que o governo petista tem do Estado, especialmente da presidente Dilma: patrimonialista e fisiologista na medida que se expande para atender interesses particulares”, frisou.