PDT ensaia retaliação a Paulo em Pernambuco Presidente nacional da sigla ficou "frustrado" com a decisão do socialista em apoiar Lula em vez de Ciro

Cláudia Eloi
claudia.eloi@diariodepernambuco.com.br

Publicação: 21/07/2018 03:00

Depois da insinuação do PROS de que poderá sair da base do governador Paulo Câmara (PSB) para subir no palanque da vereadora Marília Arraes (PT) para o governo de Pernambuco, o socialista tem um novo problema político para administrar. O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, ficou incomodado com as declarações do governador de apoio à précandidatura do ex-presidente Lula depois de ter acenado para uma possível aliança com o presidencial Ciro Gomes (PDT).

Em reserva, os pedetistas comentaram que o posicionamento do governador enaltecendo a aliança com o PT em Pernambuco em apoio a Lula frustrou os dirigentes do partido. Se o PSB fechar com o PDT, Ciro Gomes ganha 54 segundos de tempo de televisão para fortalecer seu projeto presidencial. “Todo mundo está fazendo movimentos, mas é bom lembrar que, desde 2016, o PDT faz gestos em favor do PSB. Lupi não gostou nem um pouco desse afago do governador ao PT. Ele ficou frustrado. Esse é o sentimento”, comentou um governista em reserva.

Em junho, o ex-ministro Ciro Gomes foi recebido com deferência por Paulo Câmara no Palácio do Campo das Princesas. Na ocasião, o socialista afirmou que o pedetista tinha um importante projeto para o Brasil e que a aliança nacional exige reciprocidade. “A gente sabe do papel de Lula, mas temos que olhar para o futuro para as opções que sejam melhor para o Brasil”, afirmou, levantando a bola de Ciro.

Em julho, no entanto, após se encontrar com a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, o governador comunicou à petista que daria palanque a Lula em Pernambuco, mesmo que o PSB nacional decida por uma aliança com Ciro. Paulo Câmara chegou a comunicar à imprensa que, mesmo que o PSB nacional decida por uma aliança com Ciro, o ex-presidente teria total apoio no estado. As recentes pesquisas mostram que mesmo preso em Curitiba, Lula continua bem avaliado, principalmente no Nordeste.

Por enquanto, o PDT não cogita abandonar o barco socialista. Tudo vai depender de como será tratado pelo aliado. De acordo com o presidente estadual da legenda, Wolney Queiroz, como aliado, o partido continua pleiteando espaço na chapa majoritária. “Não cogitamos deixar a base de Paulo. Seguimos com a expectativa de termos o apoio nacional do PSB a Ciro e termos espaço na majoritária para defendermo a candidatura de Ciro”, explicou Wolney.

Chapinhas
Além de acelerar o passo em busca de aliados para as chapas majoritárias, os partidos intensificaram as articulações para a formação das chapinhas para a disputa proporcional. PDT, PROS, SD e PCdoB fecharam aliança e vão marchar unidos para deputado federal. “O dia foi de fazer contas”, disse Wolney Queiroz.