PT adia pela 3ª vez decisão

Publicação: 21/07/2018 03:00

Em um último esforço por uma aliança nacional com o PSB, o PT adiou, pela terceira vez, a definição sobre a candidatura da vereadora Marília Arraes (PT) ao governo de Pernambuco. A proposta de postergar novamente o encontro estadual que vai definir a posição do PT na eleição foi sugerida ontem em reunião do Grupo de Trabalho Eleitoral do partido e avaliada pela executiva nacional petista em São Paulo. Durante a reunião, a presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), afirmou que vai procurar novamente o PSB para uma conversa na semana que vem.

A proposta de novo adiamento surgiu na última quinta-feira, pouco depois de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso e condenado na Lava-Jato, ter pedido a Márcio Macedo, um dos vice-presidentes do PT, responsável por encaminhar as conversas com o PSB, mais empenho na construção de alianças para a disputa presidencial. Ontem, depois de se encontrar com o ex-presidente na carceragem da Polícia Federal em Curitiba, Macedo disse que Lula pediu mais cuidado com a formação de um leque de alianças.

Em mais uma tentativa de atrair os socialistas, o PT adiou para 2 de agosto os encontros estaduais que definiriam as candidaturas em estados como Pernambuco, Amazonas, Amapá, Paraíba, Maranhão, Tocantins e Rondônia. A ideia é aguardar a posição do PSB para se posicionar nesses lugares. Além do PCdoB e do PSB, o PROS também foi citado pela dirigente petista no pretenso arco de alianças.

Em outro aceno em direção ao PSB, Gleisi afirmou que o partido não fará um embate direto com o governador Márcio França (PSB), pré-candidato à reeleição em São Paulo. “Nosso embate aqui é com o Doria e com o Skaf, com essas figuras. Se tivéssemos uma aliança com o PSB agora, a possibilidade de estarmos juntos no segundo turno (em São Paulo) seria muito grande.”

A retirada da candidatura de Marília e apoio do PT à reeleição do governador Paulo Câmara (PSB) é uma das condições para que o PSB possa selar uma aliança nacional com o PT. Os socialistas também negociam com o presidenciável do PDT, Ciro Gomes. Marília, que aparece em situação de empate técnico com o governador nas pesquisas de intenção de votos, é considerada favorita no encontro partidário que vai definir se o PT terá candidatura própria ou apoiar a reeleição de Câmara. Na reta final da fase de negociações de alianças, o PT corre o risco de ficar isolado na disputa presidencial. A legenda pretende registrar a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso e condenado na Lava-Jato, no dia 15 de agosto. A escolha do vice, disse Gleisi, pode ocorrer tanto na convenção do partido, marcada para dia 4, como no dia do registro. A possibilidade de outro partido, em caso de aliança, indicar o nome para a vice de Lula é ‘muito grande”, reforçou Gleisi.

Para Marília Arraes, o novo adiamento “não muda em nada o empenho que a gente está tendo na construção da pré-candidatura, já que é a que mais cresce no estado nesse contexto das eleições. Temos certeza de que vai se consolidar para a gente fazer a disputa em outubro”. (Da agência estado com a redação)