Diario político

Marisa Gibson
marisa.gibson@diariodepernambuco.com.br

Publicação: 01/08/2018 03:00

Fechar as portas

O PSB e o PT estão cansados de saber qual a alternativa que melhor lhes convém para esta sucessão estadual  e presidencial, mas preferem se estender em reuniões, encontros e suposições para ver quem cede primeiro. Na verdade, nem socialistas nem petistas querem ser, isoladamente, o primeiro a fechar as portas para um possível acordo, que até agora tem se mostrado impossível. A esta altura, a grande vítima da eventual união entre  PSB e PT não é só Marília Arraes (PT), que pode ter sua candidatura ao governo do estado fulminada. O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) também perde muito com esse imbróglio que se estende até as vésperas do prazo final das convenções, domingo próximo. Nesses últimos dias ainda existem apelos patéticos para a união das esquerdas, o que parece distante. Considerado um político intempestivo, Carlos Lupi, presidente do PDT, por exemplo, não acredita mais na união das esquerdas a não ser no segundo turno, até porque o partido já realizou sua convenção oficializando a candidatura de Ciro para presidente. Fica em aberto então, dentro do PSB, a solução mais lógica no caso de um impasse, a liberação dos estados para cada um firmar suas alianças nacionais de acordo com os interesses locais. Bem, dono dos dois maiores trunfos no estado de Pernambuco - a gigantesca popularidade do ex-presidente Lula e o domínio total sobre a candidatura de Marília -, o PT nacional tripudia com os interesses pernambucanos. Amanhã, dia do encontro estadual do PT, haverá uma decisão favorável ou não a Marília. Mas, o que for decidido tem que ser aprovado pelo comando nacional do partido.

Finalizando
O governador Paulo Câmara (PSB) deve permanecer no estado nos próximos dias. Enquanto aguarda uma decisão do PT,  finaliza negociações com os partidos aliados.  Com ou sem a aliança com o PT, a chapa da Frente Popular já está praticamente decidida: a vice e a outra vaga do Senado serão ocupadas por Luciana Santos (PCdoB), José Queiroz (PDT) ou Humberto Costa (PT). Jarbas Vasconcelos (MDB) é um dos concorrentes ao Senado.

Palanque maior
Armando Monteiro (PTB) chega à convenção que vai oficializar seu nome como candidato a governador com o apoio de metade dos prefeitos dos dez maiores colégios eleitorais do estado: Jaboatão, Caruaru, Petrolina, Garanhuns e Camaragibe. E ainda pode contabilizar mais um, caso se concretize a tendência do Solidariedade (partido de professor Lupércio, de Olinda) se juntar à frente Pernambuco Vai Mudar.

Será?
Agora, que a vereadora Marília Arraes (PT), disputando ou não a eleição, já se consagrou como a estrela dessa sucessão estadual, começam a surgir indagações do tipo “será que ela terá condições de governar” ou “ela não terá quadros para administrar”.   

Bate-chapa
O deputado Edilson Silva (PSol) confirmou que concorrerá ao pleito da presidência da Assembleia Legislativa para o mandato tampão. A votação deve ocorrer hoje,  durante a primeira sessão ordinária no plenário da Casa, no retorno do recesso parlamentar. Com a morte do exdeputado Guilherme Uchoa, o comando da Assembleia vinha sendo exercido interinamente por Cleiton Collins (PP). Um grupo de parlamentares tenta colocar o colega Eriberto Medeiros (PP) como candidato de consenso.

Como se fosse campanha
A audiência pública sobre a Medida Provisória do Saneamento, ontem, na Assembleia, serviu de pretexto para alfinetar os pernambucanos que fizeram parte do Governo Temer. A MP tem a digital do  deputado federal Bruno Araújo (PSDB), ex-ministro das Cidades e concorrente ao Senado na chapa de Armando Monteiro (PTB).

Temor
A cada dia aumenta o temor de parlamentares em relação à expectativa de um número elevado de abstenção nas eleições de outubro, tomando como parâmetro as recentes eleições suplementares para governador  e vice-governador do Tocantins. Mas convenhamos, realizar uma  eleição suplementar às vésperas de um novo pleito não dá para estimular ninguém a ir às urnas.