Diario político

por Silvia Bessa (interina)
silvia.bessa@diariodepernambuco.com.br

Publicação: 01/09/2018 03:00

WhatsApp na veia

Esta será a eleição do WhatsApp. De todas as ferramentas digitais, é a que mais tem capilaridade, por atingir classes sociais variadas. Para ampliar o poder do WhatsApp, as regras de uso para fins eleitorais ainda não são nítidas. Em parte justifica a realidade - o aplicativo virou terra de ninguém. Muitos candidatos, militantes e simpatizantes vêm se preparando há meses para este momento, montando banco de números de telefone que passarão a ser usados com mais frequência agora, como base para listas de transmissão instantânea. Vídeos, fotos ou textos são repassados para cerca de 200 contatos de uma só vez. Servindo para o bem e para o mal. Tem quem faça envio até durante a madrugada, tanto é a ânsia de fisgar o eleitorado. Com 120 milhões de usuários no Brasil, 36% das pessoas leem e 21% compartilham notícias sobre política, dizia pesquisa do Datafolha do início do ano. O WhatsApp não é tido como rede social; é uma plataforma fechada de comunicação, mas a eficiência em atingir o objetivo pode estar aí. Parece ambiente de gente próxima; e muitas vezes serve de ponto de partida ideal para a disseminação de fofocas ou falsas notícias plantadas. Afinal, em segundos, com ele se encaminha todotipo de conteúdo, duvidoso ou não.

Representante
Pedro Campos, irmão do candidato a deputado federal João Campos (PSB), filhos de Eduardo Campos e Renata, foi visto no interior nestes dias em agenda política. Pedro representava João. Aconteceu em reunião em Bezerros com um candidato a deputado estadual. Como seria previsível, já gerou especulações.
 
Chovenágua
Típico do popular nordestino, que simplifica o que não entende sem drama, também aqui no Recife para muitos Fernando Haddad virou “Andrade”, dizem os pesquisadores de campo. Se o PT souber usar bem regionalmente a expressão popular, vai se dar bem. No Nordeste, tem uma história fantástica semelhante: a do professor de História que estudava a teoria dos fenícios no Brasil, Ludwig Schwennhagen. Virou o professor Ludovico Chovenágua. Simples assim.
 
Oxigênio
O mercado imobiliário deve estar comemorando a valorização da Herculano Bandeira, no bairro do Pina, no Recife. Com circulação e visibilidade boas, a avenida, conhecida por ser área difícil para comércio, abriga neste período de campanha cinco comitês e uma sede partidária. Tem até circo. O candidato a deputado estadual Wanderson Florêncio (PSC) montou um food truck para atrair visitantes.
 
Transparente
O candidato a deputado federal Daniel Coelho faz o maior movimento, ele próprio distribuindo panfletos no trânsito da Avenida Agamenon Magalhães. Estanho é Daniel insistir do verde na propaganda, cor do PV, antiga sigla dele. Coitadas, as letras do PPS, partido conhecido pelo vermelho e amarelo, são quase transparentes no papel.
 
Da base
Ela sempre esteve na planície, mas impressiona o currículo e a oratória da candidata ao Senado pelo PROS, Lídia Brunes. Sua trajetória soma 14 anos no Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), do qual é coordenadora estadual. A presença de Lídia no palanque de Maurício Rands, candidato ao governo pelo PROS, tem como maior contribuição a aproximação da chapa com os movimentos sociais.
 
Apatia
Persuasivo o discurso do candidato a deputado federal Danilo Cabral (PSB) para atrair o empenho dos apoiadores. Em Surubim, onde reuniu a militância, Danilo cobrou empenho dos simpatizantes para “romper a apatia da população e começar a discutir os projetos políticos”, disse ele, referindo-se à crise. São 36 dias para empolgar e conseguir o tão sonhado voto. Não está fácil para ninguém.
 
Volta
Quem volta de férias esta semana é a titular da coluna Diario Político, a experiente colega jornalista Marisa Gibson, a quem tive a responsabilidade de substituir interinamente nos últimos dias. Aos colaboradores, deixo meus agradecimentos. Desejo uma campanha justa para todos.