ELEIÇÕES 2018 » Funk polêmico em marcha bolsonarista Música tocada, durante caminhada que reuniu simpatizantes de Bolsonaro, no Recife, ontem pela manhã, diz que daria ração na tigela para as feministas

Publicação: 24/09/2018 03:00

A Marcha da Família com Bolsonaro, na Avenida Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, na manhã de ontem, não contou com a participação do candidato do PSL à Presidência da República, mas teve uma representação de Jair Bolsonaro. Um homem usando uma máscara que se assemelhava ao rosto do candidato e vestindo uma faixa presidencial podia ser visto sobre o trio elétrico. O ato, que contou com a participação de integrantes do Vem pra Rua e líderes religiosos, terminou rendendo críticas de opositores nas redes sociais, devido à uma música que dizia, em um trecho, que daria “para as feministas, ração de cadela”.

Antes de começar o ato, cuja concentração aconteceu na frente à Padaria Boa Viagem, o trânsito foi interrompido pela Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU). As pessoas usavam roupas verdes e amarelas em alusão à bandeira do Brasil. Outras, vestiam camisas com o rosto de Bolsonaro.

A caminhada seguiu com um trio elétrico e carros de som. Na abertura, as pessoas foram convidadas a cantar o Hino Nacional. Músicas de apoio ao candidato também foram acompanhadas pelas centenas de pessoas que decidiram marchar pela família ontem.

Uma delas, a música Baile de favela, do MC João, foi parodiada com versos que diziam assim: “Dou para a CUT pão com mortadela e para as feministas, ração na tigela. As minas de direita são as top mais belas, enquanto as de esquerda têm mais pelo que cadela.”

Professor de filosofia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Rodrigo Jungmann, 53, disse que costuma acompanhar movimentos de apoio a Bolsonaro realizados no Recife. “Me identifico com o pensamento conservador. A volta da esquerda à Presidência do país pode ter consequências catastróficas, como mais ativismo judicial e tendência à transformação do país em uma Venezuela”, destacou.

Bacharel em direito, Sonia Meireles, 55, disse que o atentado ao candidato mostra “o que o outro lado é capaz de fazer”. Para ela, as propostas de Bolsonaro trazem de volta o que o país está precisando. “O meu ideal de Brasil é o respeito às pessoas e Deus acima de tudo”, destacou.

O PSL afirma não convocar os atos que, segundo o partido, são organizados voluntariamente pelos simpatizantes de Bolsonaro. No próximo dia 30 acontece a última carreata do candidato a partir das 9h na Avenida Mascarenhas de Morais.

Segundo o Hospital Albert Einstein, em novo boletim médico ontem, Bolsonaro demonstra boa evolução clínica, sem dor, sem febre ou outros sinais de infecção. O relatório final da Polícia Federal no inquérito que investiga o atentado deve apontar que Adelio Bispo agiu sozinho ao decidir atacar o presidenciável.  (Da redação com Agência Estado)