"Abaixo a ditadura e viva a democracia", diz Ciro Gomes

Publicação: 11/10/2018 03:00

Três dias após a derrota de Ciro Gomes na eleição presidencial, o PDT anunciou ontem o que chamou de “apoio crítico” à candidatura de Fernando Haddad no segundo turno. “Abaixo a ditadura e viva a democracia”, gritou Ciro, que ficou em terceiro lugar na disputa, ao fim da reunião. Para o presidente do PDT, Carlos Lupi, a decisão tomada é mais “contra os riscos que Jair Bolsonaro (PSL) representa” do que efetivamente um apoio ao projeto de governo de Haddad.

Apesar desse posicionamento, o PT pretende insistir com Ciro para que ele integre a coordenação da campanha de Haddad. O partido quer que ele chefie a equipe do programa econômico do petista. O convite é o primeiro passo para Ciro assumir um ministério em eventual governo Haddad. Na campanha petista, o nome dele é citado para comandar o Planejamento ou a Fazenda.

Ciro, porém, está muito magoado com o ex-presidente Lula. Ele avalia que o petista agiu pessoalmente para isolá-lo na disputa e esvaziar sua campanha, dando um tratamento incompatível com o seu passado de aliado. Ministro da Integração no governo Lula, Ciro sempre lembra das articulações políticas feitas para salvar o então presidente do impeachment, após vir à tona o escândalo do mensalão, em 2005.

A reunião do PDT também serviu para o partido “externar mágoas” em relação ao PT. Dirigentes e parlamentares se revezaram nas críticas ao “jogo” contra Ciro durante a campanha e Lupi fez questão de deixar claro que “apoio crítico” é uma referência a esses ataques. “Agora estamos dando apoio com as críticas que temos em relação ao PT, aos golpes que eles nos desferiram durante o processo eleitoral, às pressões para retiradas de candidaturas”, afirmou Lupi. (AE)