Acadêmicos também se manifestam

Publicação: 18/10/2018 03:00

Nomes como o da economista Tânia Bacelar, do ex-ministro da Ciência e Tecnologia Sérgio Rezende e dos ex-reitores das Universidades Federal de Pernambuco (UFPE) Amaro Lins e da Universidade de Pernambuco (UPE) Pedro Henrique Falcão assinaram o Manifesto Democrático em Defesa da Universidade contra o “crescimento do fascismo no país” e em apoio à candidatura de Haddad. O documento foi assinado por outros professores universitários de instituições públicas e privadas, a exemplo da Universidade Católica (Unicap) e a Faculdade Integrada de Pernambuco (Facipe), além de pesquisadores e pós-graduandos de Pernambuco.

O lançamento oficial do manifesto será realizado hoje, pela manhã. Em apenas três dias de coleta de assinaturas, o documento já contava com a adesão de 300 acadêmicos. O ato político acontecerá a partir das 8h, no Meio do Mundo Café Bistrô, na Madalena. O governador reeleito Paulo Câmara (PSB), a vice-governadora Luciana Santos (PCdoB) e o senador Humberto Costa (PT), além de deputados, estão sendo aguardados.

No manifesto, o grupo destaca que as universidades são espaços democráticos e plurais e que o conhecimento precisa ser prioridade no país. “No ambiente acadêmico, a intolerância, o desrespeito, as perseguições e o discurso de ódio não são admissíveis, pois este é um ambiente de debate e ideais”, detalham os professores.

De acordo com o presidente da Associação dos Professores da Universidade Federal de Pernambuco (Adufepe), Edeson Siqueira, a proposta do grupo é a defesa das universidades do país como um todo, sejam elas públicas ou privadas. Para ele, as propostas de Bolsonaro colocam em xeque a democracia, além de comprometer a liberdade de pensamento e o fomento à pesquisa no país. “A grande ameaça se deu quando a emenda constitucional 95 congelou os investimentos na área de saúde e educação por 20 anos. Ela engessa o fomento à pesquisa, a extensão e toda a produção cientificada. País nenhum do mundo consegue ser soberano sem investir na produção científica, tecnológica e na inovação”, condenou.

Segundo o professor, a ideia é fazer com que o manifesto chegue as mãos de Haddad. “A universidade precisa ser sua autonomia. Segundo a Capes (Fundação vinculada ao Ministério da Educação), 90% da produção científica e tecnológica nacional se dá nas universidades públicas e institutos federais. Elas são estratégicas para o desenvolvimento do Brasil. Sem isso, passaremos a ser dependentes do conhecimento produzido por terceiros”, criticou. (Cláudia Eloi)