Correndo atrás do prejuízo no estado

Publicação: 16/10/2018 03:00

As lideranças do PT e PSB resolveram se mobilizar em agendas ao longo da semana, para combater o crescimento do presidenciável Jair Bolsonaro (PSB), que pode avançar em Pernambuco e no Nordeste. O governador Paulo Câmara (PSB) ressaltou, em discurso, contar com a vitória do presidenciável Fernando Haddad (PT) para governar o estado por mais quatro anos. Até ontem, o PSB vinha recebendo críticas pela tímida campanha no segundo turno.

O PSB estadual lançou uma resolução, num encontro em Boa Viagem, que contou com a presença do governador Paulo Câmara (PSB) e o senador reeleito Humberto Costa (PT), dizendo que Haddad não representa mais um partido ou uma coligação, mas “as forças democráticas progressistas de nosso país, condição na qual o apoiamos”.

“Temos pouco mais de 10 dias para o segundo turno. Temos uma responsabilidade grande. O cenário que se apresenta é difícil, mas é possível uma reversão. Temos que fazer o dever de casa, multiplicar a eleição de Fernando Haddad porque vamos precisar do governo de Haddad. O Brasil precisa de uma pessoa com ideias fundamentadas na democracia e no olhar para os mais pobres. E é essa mensagem que a gente precisa levar ao povo pernambucano”, destacou Paulo, em discurso.

Em outra frente, o PSB anunciou que, na próxima sexta-feira, às 14h, haverá um encontro de prefeitos da Frente Popular em Gravatá, no Agreste, para uma mobilização pró-Haddad. Já as lideranças sindicais, representadas especialmente pela Central Única dos Trabalhadores, intensificará o corpo a corpo para combater as notícias falsas lançadas contra Haddad, que já foi acusado até de ser pedófilo pelos seus adversários.

Segundo o deputado federal eleito Carlos Veras (PT), quem defende as bandeiras da democracia, precisa fazer um trabalho formiguinha e conversar bastante com os trabalhadores – muitos que assimilaram as chamadas fake news divulgadas por aliados de Bolsonaro. O projeto Comprova, por exemplo, formado por uma coligação de 24 veículos de comunicação, desmentiu um projeto 236/2012 que teria sido relacionado com Haddad pelos oponentes, o que não é verdade, e sequer cita a palavra pedofilia. Segundo Veras, a militância não deve pregar para “convertidos”. “Nem todos os trabalhadores estão votando em Haddad, estamos tentando conversar, dialogar. Bolsonaro é o que foi produzido pelo golpe, pelo ataque com as mentiras inventadas, estamos correndo contra o tempo para reverter tudo isso”, declarou, admitindo que Haddad é alvo de “mentiras”, muitas delas usadas contra Lula em 2002, quando diziam que o petista iria permitir invasão de casas e fechar igrejas, algo que não aconteceu na gestão petista.   

Segundo a deputada estadual Teresa Leitão, agendas descentralizadas estão sendo programadas em várias partes, com o cuidado de enviar os militantes sempre em grupos para que não se intimidem com provocações. Os atos incluem visitas a feiras livres, celebração de um ato ecumênico, agendas com mulheres, grupos de evangélicos. Segundo o presidente estadual do PT, Bruno Ribeiro, dois grandes atos serão realizados no Recife e em Petrolina no sábado. (Aline Moura)