Diario político

Marisa Gibson
marisa.gibson@diariodepernambuco.com.br

Publicação: 02/10/2018 03:00

Pragmatismo do voto

Assim como há o pragmatismo selvagem dos candidatos que fazem o diabo para ganhar as eleições, do outro lado das urnas também existe um pragmatismo, não menos primitivo, que só se manifesta na reta final das eleições, sobretudo quando há segundo turno. É quando acontece a debandada de prefeitos do interior, que se costuma denominar de pragmatismo do voto, que pode mudar o resultado de qualquer  disputa eleitoral. Pois é, nesses últimos dias de campanha, não se fala em outra coisa na Frente Popular a não ser em liquidar a fatura no próximo domingo para evitar um segundo turno, paralelamente a uma possível disputa final entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT), os dois presidenciáveis que lideram as pesquisas. A leitura que se faz é que se Bolsonaro, mesmo em desvantagem no tempo de televisão e sendo criticado por todos os demais candidatos - doze -, conseguiu manter-se à frente das pesquisas, num possível segundo turno, em condições de igualdade com o seu adaversário, ele poderá crescer mais do que se espera. E, se isso acontecer e houver um segundo turno no estado, a candidatura de Paulo poderá registrar uma debandada de prefeitos. Recorrendo ao pragmatismo do voto, os prefeitos vão seguir o candidato a presidente que estiver mais perto do Palácio do Planalto. E sendo assim,  Armando será mais penalizado num segundo turno, caso Haddad, que apoia Paulo, cresça na mesma proporção que vem acontecendo no primeiro turno. Bem, falta pouco para se saber os novos donos do poder.

Exercitando
Na surdina, já tem prefeitos  mudando de palanque no interior do estado. E a balança pesa a favor da Frente Popular, na medida em que a coligação governista vem liderando as pesquisas neste primeiro turno.  

De leve
O comando do PSB andou se desentendendo sobre os rumos finais da campanha do governador Paulo Câmara à reeleição. Houve quem defendesse a divulgação de promessas ou metas para o segundo mandato. Mas prevaleceu o bom senso.
 
Dois prá lá...
As dissidências marcam as eleições, este ano, em Pernambuco. Começou com o MDB que deixou Jarbas Vasconcelos e Fernando Bezerra Coelho em palanques opostos. Depois, o PT separou Marília Arraes e Humberto Costa, e agora, com a expulsão do seu candidato ao governo, Julio Lóssio, a Rede determina  apoio, no primeiro turno, à candidata do PSol, Dani Portela, mas um grupo de filiados avisa que vai subir no palanque de Armando  Monteiro (PTB).

Sem perdão  
A militância petista não deixa por menos. Na passeata das mulheres, no Recife, contra Jair Bolsonaro (PSL), que concorre a presidente da República, a deputada federal Luciana Santos (PCdoB), candidata a vice na chapa de Paulo, chegou a ser vaiada por setores petistas, que defenderam a candidatura de Marília Arraes ao governo. A calmaria voltou depois que a deputada disse que estava ali como representante de Manuela D’Avila, vice de Haddad.

Saiu da lista  
Assim como o deputado federal Gonzaga Patriota (PSB), que saiu da relação dos que não terão sucesso nas urnas neste ano, Milton Coelho (PSB), ex-secretário estadual de Administração, candidato a deputado federal, também está fora da zona de perigo.  
 
Garantia         
Faltando três dias para  as eleições, João Campos (PSB) realizou ontem mais uma “reunião de amigos”, numa casa de eventos em Casa Forte. Candidato a deputado federal, João, filho de Eduardo Campos, quer ser o mais votado no estado.

Receitas
Do desembargador Fernando Cerqueira, corregedor geral da Justiça, durante evento em Gravatá: “Os gestores municipais têm de se conscientizar que não podem gerir suas cidades dependendo do Fundo de Participação e de receitas públicas do estado ou da União, frisando haver casos de gestores que se omitem na cobrança de impostos dos municipes, concentrando seus esforços de cobrança apenas para turistas”.