ELEIÇÕES 2018 » Guedes é suspeito de cometer fraude Economista de Bolsonaro é suspeito de cometer crimes de gestão fraudulenta e temerária à frente de fundos de investimentos que receberam R$ 1 bilhão

Publicação: 11/10/2018 03:00

O Ministério Público Federal (MPF) em Brasília abriu Procedimento Investigatório Criminal (PIC) para investigar o economista Paulo Guedes, conselheiro econômico do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL). Chamado de “Posto Ipiranga” pelo presidenciável e indicado como ministro da Fazenda em caso de vitória de Bolsonaro, Guedes é suspeito de cometer crimes de gestão fraudulenta e temerária à frente de fundos de investimentos (FIPs) que receberam R$ 1 bilhão, entre 2009 e 2013, de fundos de pensão ligados a empresas públicas. Também será apurada a emissão e negociação de títulos imobiliários sem lastros ou garantias.

Entre os fundos de pensão que repassaram valores aos FIPs administrados por Guedes estão a Funcef, da Caixa, Postalis, dos Correios, Previ, do Banco do Brasil e BNDESPar, este fundo de investimento do BNDES. À época dos fatos apurados, os fundos eram geridos por pessoas indicadas pelo PT e PMDB.

A investigação foi aberta com base em relatórios da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) que apontam indícios de fraudes nos aportes feitos pelos fundos de pensão em dois fundos de investimentos criados pela BR Educacional Gestora de Ativos, empresa de Paulo Guedes. A investigação é conduzida pela força-tarefa Greenfield, responsável por apurar desvios nos principais fundos de pensão do país.

Segundo os relatórios da Previc, os aportes nos FIPs podem ter gerado ganho excessivo a Guedes. Em um dos FIPs, que recebeu cerca de R$ 400 milhões, Guedes ganhou 1,75% sobre o valor aportado pelos fundos de pensão logo após o investimento.

“Confundir”

Por meio de nota divulgada por seus advogados, o economista Paulo Guedes afirmou ter recebido com perplexidade a notícia sobre a abertura de uma investigação criminal contra ele pelo MPF.

Na nota divulgada pelos seus defensores, Guedes diz que a abertura da apuração é “uma afronta à democracia” cujo principal “objetivo é o de confundir o eleitor”. “Causa perplexidade que, às vésperas da definição da eleição presidencial, tenha sido instaurado um procedimento para apurar fatos apresentados por um relatório manifestamente mentiroso. Resta claro que essa iniciativa é uma afronta à democracia cujo principal objetivo é o de confundir o eleitor”, diz a nota. (Agência Estado)