GOIáS » Perillo é preso pela PF ao chegar para depor

Publicação: 11/10/2018 03:00

Ao decretar a prisão preventiva do ex-governador de Goiás Marconi Perillo (PSDB), o juiz Rafael Ângelo Slomp, da 11ª Vara Federal Criminal, em Goiânia, afirmou que a medida é necessária para prevenir o envolvimento do tucano em outros atos de recebimento de valores e de eventual saldo de propina. A prisão do tucano é um desdobramento da Operação Cash Delivery.

Perillo foi preso ontem ao chegar na Superintendência da PF, em Goiânia, para prestar depoimento sobre as acusações de delatores da Odebrecht Fernando Reis e Alexandre Barradas. Em suas delações, eles citaram repasses de R$ 10 milhões a Perillo - R$ 2 milhões na eleição de 2010 e R$ 8 milhões em 2014.

“Observada a quantidade de propina descrita na representação policial, associada à apreensão ocorrida na fase ostensiva da operação (mais de R$ 1 milhão), somada à extensão temporal em que se desenvolveram as práticas delitivas, torna imprescindível a decretação da custódia cautelar com amparo na garantia da ordem pública”, diz trecho da decisão de Rafael Slomp. O magistrado se refere a Jayme Rincón, ex-tesoureiro do ex-governador, que foi preso cerca de R$ 900 mil em espécie.

A informação sobre a prisão foi confirmada pela assessoria de Perillo e pelo seu advogado, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay. De acordo com o advogado, “não há absolutamente nenhum fato novo que justifique o decreto, principalmente pelas mencionadas decisões anteriores que já afastaram a necessidade de prisão neste momento”.

No pedido de prisão de Perillo, a Procuradoria afirma que Perillo “montou e mantêm” uma sofisticada “rede de lavagem de dinheiro, formada por empresas parceiras para ocultar a origem da propina recebida, não só, da Odebrecht”.

Os valores movimentados pelo grupo, diz o Ministério Público Federal, seriam utilizados para “comprar o apoio político de 66 candidatos aliados, na forma de financiamento fraudulentamente dissimulado como oficial de suas respectivas campanhas eleitorais”. Em nota, a defesa do ex-governador de Goiás afirmou estar perplexa. “O novo decreto de prisão é praticamente um ‘copia e cola’ de outra decisão de prisão já revogada por determinação do TRF 1”.