ELEIÇÕES 2018 » Petista recebe apoio das centrais sindicais Nos discursos dos sindicalistas, houve alertas para que a campanha do petista mude sua estratégia

Publicação: 11/10/2018 03:00

Centrais sindicais, entre elas algumas que apoiaram Ciro Gomes (PDT) e Guilherme Boulos (PSol) no primeiro turno da eleição presidencial, declararam apoio ao candidato do PT ao Planalto, Fernando Haddad, para o segundo turno da disputa. Nos discursos dos sindicalistas, houve alertas para que a campanha do petista mude sua estratégia e comece a “encantar” o povo.

Ao lado de Haddad, anunciaram o apoio Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST) e Intersindical.

Nos discursos, os líderes das centrais reforçaram que o apoio a Haddad tem como objetivo impedir que Jair Bolsonaro seja eleito, o que seria um “retrocesso” para a democracia no país, na opinião desses sindicalistas. No manifesto lançado pelas entidades, há um apelo para voto em Haddad afirmando que há uma massa de desempregados e desalentados “iludida pelo canto da sereia” e desorientada pela profusão de notícias falsas e disseminação do ódio, em referência ao candidato do PSL.

Sindicalistas chamaram atenção, contudo, para mudanças que a campanha precisaria ter se quiser vencer as eleições no segundo turno. “Nas redes sociais, estamos falando muito do outro e pouco da gente”, disse o presidente da CTB, Adilson Araújo. “A criminalização da política é para tirar a gente do jogo, se continuar assim nós vamos perder”, afirmou Araújo, reforçando que era preciso “começar a encantar o povo.”

“Mostrar quem é”
Haddad se reuniou ontem com governadores aliados que foram eleitos no primeiro turno. Presente na reunião, o governador reeleito de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), avaliou que Haddad precisa ser mais do que o candidato do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva ao Planalto e mostrar quem é para vencer o segundo turno da eleição presidencial. “Tem que se apresentar, o povo ainda não conhece o Haddad. É o candidato do Lula, tem muito o que mostrar de uma trajetória pública importante e interessante”, declarou o pessebista, após uma reunião com o presidenciável na capital paulista.

Paulo Câmara expressou uma opinião que tem sido frequente entre aliados e membros da campanha.

Para defender que Haddad precisa reforçar sua própria imagem, o governador usou seu próprio exemplo. Em 2014, foi eleito em Pernambuco pelas mãos de Eduardo Campos, morto no mesmo ano quando tentava ser presidente da República. “Eu fui candidato de Eduardo, mas depois o povo quis saber quem é o candidato de Eduardo. Tem um momento que estaciona se você não mostrar quem você é.” (AE)