PT subestimou poder do WhatsApp na campanha

Publicação: 18/10/2018 03:00

A onze dias do segundo turno das eleições, a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, admitiu que o partido subestimou o poder do WhatsApp na campanha presidencial. Em conversa com a imprensa ontem, a petista disse que o partido não se preparou para enfrentar Jair Bolsonaro neste segmento da comunicação, no qual o adversário construiu uma relação “direta” com a população, de acordo com avaliação da senadora paranaense.

“Ele (Bolsonaro) utilizou de outros instrumentos para se comunicar direto com o povo, essa coisa das redes sociais e principalmente o WhatsApp, o levou a se comunicar (direto). Eu diria que a comunicação popular do Bolsonaro é organizada, orquestrada e construída, diferente do Lula que é um líder popular nato. O Bolsonaro construiu isso”, disse. “A gente já tinha isso mais ou menos no radar, por conta da campanha do (Donald) Trump, mas não nos preparamos devidamente. Aí tem um erro do PT, de termos subestimado - não as forças das redes sociais tradicionais, nós disputamos bem (nesse campo). Não nos preparamos para esta questão do WhatsApp”, explicou.

Apesar de admitir essa fraqueza da campanha de Fernando Haddad, Gleisi ainda mantém o discurso de que é possível ganhar no segundo turno. Ela afirmou também que, passado o pleito, as forças progressistas precisam se reunir para avaliar como resistir aos retrocessos que serão apresentados no Congresso Nacional.

“Nós temos que voltar a conversa (forças progressistas). Já tinha um fórum de conversa entre os partidos, isso tem continuado. Fizemos a reunião lá no PSB (na segunda-feira). Passada a eleição, temos que fazer avaliação das forças no Congresso Nacional, das forças que estão aqui. Teve uma bancada conservadora grande que foi eleita, isso vai ter impacto nas decisões da Casa. Acho que a bancada mais popular e progressista tem que se organizar, para poder resistir e fazer enfrentamento”, argumentou. (AE)