Fatiamento do Ministério do Trabalho Segundo Bolsonaro, haverá uma incorporação da pasta a outras, mas ele não detalhou como isso ocorrerá. Disse apenas que serão 18 ministérios no governo

Publicação: 08/11/2018 03:00

O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), disse ontem que o Ministério do Trabalho será extinto, sem detalhar como ficará, e o total de pastas deve chegar a 18. Bolsonaro também anunciou a primeira mulher na Esplanada - a ministra da Agricultura, Tereza Cristina. Além dela, foram confirmados quatro ministros - Paulo Guedes (Economia), Onyx Lorenzoni (Casa Civil), Sérgio Moro (Justiça) e general da reserva Augusto Heleno Ribeiro (Gabinete de Segurança Institucional).

“O Ministério do Trabalho vai ser incorporado a algum ministério”, afirmou Bolsonaro ao deixar o Superior Tribunal de Justiça (STJ), após almoço com o presidente da Corte, ministro João Octávio de Noronha. Na terça-feira, o Ministério do Trabalho, criado em 1930 pelo então presidente Getulio Vargas, distribuiu uma nota à imprensa para destacar a necessidade e a importância da pasta. “O Ministério do Trabalho, que recebeu profundas melhorias nos últimos meses, é seguramente capaz de coordenar as forças produtivas no melhor caminho a ser trilhado pela nação brasileira, na efetivação do comando constitucional de buscar o pleno emprego e a melhoria da qualidade de vida dos brasileiros”, diz nota.

Uma das possibilidades defendidas pelo setor produtivo é que a pasta seja integrada ao Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.

Ao falar da possibilidade de aumentar para 18 pastas, Bolsonaro afirmou que a Controladoria-Geral da União (CGU), que seria agrupada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, deve manter o status atual. Além disso, o Meio Ambiente ficará separado da Agricultura. “O que não pode é ter briga entre eles. Isso não pode continuar acontecendo”.

A ideia inicial era de que fossem 15 pastas, depois o número passou para 17 e agora pode chegar a 18. O presidente eleito insistiu que “o que temos de ter é ministérios funcionando sem interferência política”.

Em entrevista, Bolsonaro contou que um parlamentar de um pequeno partido o procurou tentando discutir formas de fazer negociação política com cargos. “O elemento que foi me procurar devia estar hibernando durante a minha campanha eleitoral e não ouviu nada do que falei. Ele acordou e achou que estava vivendo antigamente. Eu falei que não vamos negociar”, declarou, acrescentando que o parlamentar “entendeu”.

TEMER
O primeiro encontro oficial entre o presidente Michel Temer (MDB) e  Bolsonaro (PSL), ontem, durou apenas 15 minutos e foi cercado de formalidades pelo recém-eleito e por uma tentativa de descontração por parte do atual mandatário. Ao chegar, Bolsonaro bateu continência, cumprimentou os presentes e observou os detalhes do gabinete presidencial no terceiro andar do Palácio do Planalto. “Pode me chamar de você”, disse Temer a Bolsonaro, tentando descontrair o ambiente. “Não, o senhor é o presidente da República, devo chamá-lo de senhor”, respondeu, com respeito e deferência.

Temer levou seu sucessor para um “tour” pelo seu gabinete, pela sala reservada e pelas salas de reunião e de cerimônia e disse que vai colaborar intensamente como o novo governo. Temer também o convidou para as próximas quatro viagens internacionais que tem a fazer até o fim do ano. (Da Agência Estado)

Em três partes

Fiscalização

Envolve direitos trabalhistas e combate ao trabalho infantil e ao trabalho escravo, deve migrar para o ministério da área social do novo governo — que ainda está sendo formatado. A nova pasta deverá abarcar o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), Direitos Humanos, Assistência Social e Família. A equipe de Bolsonaro já sinalizou que esse novo ministério deve ser comandado pelo senador Magno Malta (PR-ES), que não foi reeleito

Fundos dos trabalhadores (FGTS) e Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT)
Devem migrar para o super Ministério da Economia, que será comandado por Paulo Guedes

As áreas responsáveis por registros sindicais e qualificação de trabalhadores
Poderão migrar para o Ministério da Educação ou outra pasta