Reformas não são consenso na equipe Debate interno, até mesmo estimulado por Paulo Guedes, provoca visões diferentes sobre propostas

Publicação: 08/11/2018 03:00

A equipe de transição do presidente eleito, Jair Bolsonaro, tem visões bastante diferentes para as propostas de reforma de Previdência e tributária. Ao longo da campanha, o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, estimulou o debate interno no grupo de conselheiros que agora estão na transição. Essa forma de trabalhar é característica de Guedes, que quer reformas mais profundas para “consertar o que está errado” na sua avaliação.

Mas a necessidade de “mostrar serviço” nos primeiros seis meses, sob o risco de pôr em perigo o sucesso do governo Bolsonaro já no primeiro ano, pode levar à adoção de saídas pragmáticas, segundo fontes da transição. Isso vale para a reforma da Previdência, com Bolsonaro tentando agora aprovar a proposta de Michel Temer com modificações, e também para a tributária.

Não se descarta nem mesmo aproveitar, no início, a proposta da Receita Federal (com novos ajustes) de reforma do PIS/Cofins que está pronta e é necessária para evitar perdas de arrecadação com duas decisões da Justiça desfavoráveis à Fazenda Nacional. O grupo reconhece que é mais fácil avançar no Imposto de Valor Agregado (IVA) federal com reforma do PIS e do Cofins do que incluir os estados no novo tributo.

A equipe de Bolsonaro vê com grande preocupação a situação financeira dos estados, mas ainda mapeia as soluções que podem ser adotadas, porque cada ente tem suas particularidades. O time já foi alertado pelos problemas pelo secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, cotado para ficar no cargo e único da equipe econômica que participou ontem de parte da primeira reunião de Guedes com o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia.

CAIXA
O nome da secretária-executiva do Ministério da Fazenda, Ana Paula Vescovi, está sendo aventado para a presidência da Caixa Econômica Federal.

Considerada linha dura, Vescovi é presidente do conselho de administração da Caixa, onde bateu de frente com o comando do banco para promover mudanças profundas nas vice-presidências e cargos de direção. Apesar da nítida melhora na Caixa, ainda resta muita coisa a fazer para diminuir a influência política histórica no banco.

DIPLOMAÇÃO
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) marcou para as 11h do dia 10 de dezembro a diplomação de Bolsonaro. A presidência do TSE entrou em contato na manhã de ontem com o ministro extraordinário Onyx Lorenzoni, futuro ministro-chefe da Casa Civil, para tratar do agendamento. A sugestão da Administração do TSE foi de que o presidente eleito e seu partido antecipassem em cinco dias suas prestações de contas, cujo limite é o dia 17 de novembro. Dessa forma, seria possível cumprir todos os prazos previstos no calendário eleitoral e realizar a solenidade de diplomação do presidente eleito antes da data prevista para que Bolsonaro se submeta a um novo procedimento cirúrgico. A data-limite é 19 de dezembro. (Agência Estado)