Diario político

Marisa Gibson

Publicação: 01/12/2018 03:00

Gleide: 2020 no Recife

Delegada bem-sucedida, evangélica e admirada pelos pernambucanos, Gleide Ângelo (PSB), eleita deputada estadual com 412.636 votos, está no topo da relação dos nomes que podem disputar a Prefeitura do Recife, em 2020, com o apoio do eleitorado do futuro presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). É cedo, Gleide sequer assumiu o mandato na Assembleia Legislativa, mas a sucessão municipal no Recife é um assunto que não sai do radar do PSB pernambucano, que trabalha para reeleger o sucessor do prefeito Geraldo Julio (PSB). O socialista para esta disputa é o também campeão de votos, João Campos, deputado federal eleito com 460.387 votos, o que em tese afastaria Gleide da disputa no Recife. Porém, já não se descarta a possibilidade da deputada estadual eleita mudar futuramente de partido. Fala-se, inclusive que, na campanha, mesmo  concorrendo pelo PSB, Gleide não fez qualquer declaração de apoio ao candidato a presidente do PT, Fernando Haddad. Bem, o eleitor de Gleide tem o mesmo perfil do eleitorado de Bolsonaro.  e ela, pode, sim, ser vista como uma  ameaça aos projetos do próprio PSB. Logo após o resultado das eleições de outubro, começaram as especulações de que Gleide poderia ser candidata a prefeita, com sucesso, em qualquer município da Região Metropolitana em 2020. Na ocasião, ninguém admitia que ela poderia disputar na capital, mas agora é só no que se fala. O Recife foi uma das poucas capitais do Nordeste que garantiu a vitória de Haddad no segundo turno presidencial, podendo se vislumbrar uma disputa acirrada para a Prefeitura do Recife entre dois campeões de voto: Gleide Ângelo e João Campos. Vamos ver.

Interrogações
Até agora não se sabe ao certo o lugar que o PSB destinará a João Campos, deputado federal eleito, que está sendo colocado como alternativa do partido para concorrer à Prefeitura do Recife. Há quem defenda que ele exerça o mandato em Brasília, enquanto outros consideram que será melhor ele continuar no Governo Paulo Câmara e, por fim, começa a surgir a tese de que o jovem socialista deva integrar a equipe do prefeito Geraldo Julio (PSB).

Protagonismo
Agora, seja na Câmara dos Deputados, no Governo Paulo Câmara ou  na equipe da Prefeitura do Recife, João Campos terá que ter protagonismo para enfrentar uma disputa na capital pernambucana. Ou seja: vai começar 2019 com a obrigação de brilhar.

Porteira fechada
A experiência do primeiro governo, que desagradou politicamente a gregos e troianos, foi decisiva para o governador Paulo Câmara (PSB) abandonar a prática da porteira fechada no segundo mandato. Agora, o secretário
não terá mais total liberdade para escolher os titulares dos cargos de segundo e terceiro escalões. Neste primeiro  mandato, foram muitos os deputados e prefeitos aliados que ficaram em segundo plano por secretários que beneficiaram mais os seus respectivos partidos.

Alinhamento
Como o presidente eleito, Jair Bolsonaro, desprezou a participação dos partidos na formação do seu ministério,  preferindo representantes das frentes parlamentares, não haverá evidentemente um alinhamento partidário entre os integrantes do secretariado de Paulo Câmara com os futuros ministros.

Cúpula das Américas
Deputado federal eleito, Luciano Bivar, presidente nacional do PSL, foi convidado para abrir o encontro da Cúpula Conservadora das Américas, que acontece no próximo dia 8 em Foz do Iguaçu.

Como será?  
Até agora  não existe a menor indicação de como será o relacionamento do Governo Bolsonaro com os governadores do Nordeste  e mais especificamente com o governo de Pernambuco. Agora, a  julgar pela participação zero, até agora, de nordestinos na equipe presidencial e pela indiferença à carta divulgada pelos governadores do Nordeste, o relacionamento de Bolsonaro com a região deve ficar no plano absolutamente institucional - palavra  adequada para se manter um distanciamento político.