MP do Rio investiga ex-motorista de filho de Bolsonaro

Publicação: 11/12/2018 03:00

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) investiga movimentações atípicas em contas bancárias de 75 assessores e ex-auxiliares de 22 deputados estaduais fluminenses detectadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Um dos investigados é o ex-motorista Fabrício José Carlos de Queiroz, que trabalhou como assessor parlamentar do deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente eleito, Jair Bolsonaro.

A partir do relatório do Coaf foram encontradas movimentações atípicas em contas de funcionários ou ex-comissionados de deputados da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). As investigações apuram também doações feitas aos parlamentares por parte dos auxiliares investigados, além de pagamentos de contas pessoais dos parlamentares ou de seus familiares por alguns servidores.

“No total, foram identificados 75 servidores e ex-servidores da Alerj que apresentaram movimentação financeira suspeita registrada em contas de sua titularidade”, afirma o relatório.

De acordo com relatório produzido pelo Coaf, revelado pelo Estado de São Paulo na quinta-feira passada, Queiroz movimentou de 1º de janeiro de 2016 a 31 de janeiro de 2017, R$ 1,2 milhão. A quantia é considerada incompatível com as condições financeiras do ex-funcionário. O caso está sendo analisado pelo Grupo de Atribuição Originária Criminal da Procuradoria-Geral de Justiça do Estado do Rio de Janeiro. As investigações abertas no âmbito estadual pela Procuradoria Geral de Justiça do Rio são independentes das apurações conduzidas pelo Ministério Público Federal (MPF) na Operação Furna da Onça, que levou à prisão 10 deputados estaduais. A Furna da Onça está a cargo da Lava-Jato do Rio que teve acesso ao relatório do Coaf há cerca de seis meses.

De acordo com fontes ouvidas pela reportagem, dentro do âmbito da operação que prendeu os deputados fluminenses, não foram encontrados elementos de envolvimento dos citados no documento no esquema desmantelado na investigação da Lava-Jato.

O ex-motorista, que atuava também como segurança, foi exonerado do gabinete de Flávio Bolsonaro em 15 de outubro deste ano. Queiroz, que também é policial militar, mas estava cedido ao Poder Legislativo, trabalhou para Flávio Bolsonaro por mais de dez anos, segundo nota divulgada pelo gabinete do parlamentar.  (Da Agência Estado)