PR anuncia que vai integrar base aliada do novo governo

Publicação: 06/12/2018 03:00

Terceira bancada a ser recebida pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro, o PR anunciou ontem que vai integrar a base aliada do novo governo, mas que a adesão às propostas dependerá do convencimento dos parlamentares. Segundo o líder do partido na Câmara, deputado José Rocha (BA), só será possível “medir a temperatura” conforme as propostas econômicas forem encaminhadas ao Congresso a partir do próximo ano.

Bolsonaro participou nos últimos dois dias da primeira rodada de conversas oficiais com dirigentes partidários e parlamentares - também estiveram no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) integrantes do PSDB, MDB e PRB. “Nós não vamos, de maneira coercitiva ou de qualquer outra maneira, forçar o parlamentar a votar como o partido encaminhar. Mas, com certeza, faremos todos os esforços no sentido do convencimento. Os que não se acharem convencidos vão votar como acharem melhor”, afirmou Rocha.

O PR, partido do ex-deputado Valdemar Costa Neto, que foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do mensalão e comanda a sigla nos bastidores, possui a sexta maior bancada da Câmara, com 41 deputados.

No mesmo dia em que se reuniu com Bolsonaro, a legenda também abriu um canal de comunicação com outros 14 partidos para tentar quebrar a polarização do PSL, partido do presidente eleito, e do PT na Câmara - os dois são as maiores legendas da Casa na próxima legislatura considerando os eleitos. O objetivo seria formar um grande bloco com cerca de 300 parlamentares, o que também pode contribuir para a decisão do futuro presidente da Casa. Fazem parte PP, MDB, PSD, PR, PSB, PRB, PSDB, DEM, PDT, Solidariedade, PTB, PCdoB, PSC, PPS e PHS. A alegação é de que o grupo não seria “nem oposição nem governo”, e sim uma forma de contribuir para o “funcionamento da Câmara”.

A articulação também poderia ser uma forma de retaliação pelo fato do presidente eleito ter excluído as cúpulas partidárias das negociações da formação do seu primeiro escalão. (Agência Estado)