Disputa por comando de comissões PSL e MDB querem liderança de grupo que trata de propostas econômicas. O partido do presidente ficará com a CCJ, uma das mais importantes

Publicação: 16/02/2019 03:00

Com o direito a indicar o comando de 15 das 25 comissões da Câmara, o bloco de 11 partidos que deu sustentação à reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ) na Casa discute como será a divisão interna no grupo. Já está certo que o PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, ficará com a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a mais importante da Câmara, mas a Comissão de Finanças e Tributação, segundo colegiado mais cobiçado, ainda está indefinida.

MDB e PSL disputam o comando do colegiado, pelo qual passam quase todas as propostas relacionadas à economia. “Ainda vamos ter reuniões para discutir isso”, afirmou o líder do MDB, Baleia Rossi (SP). O líder do PSL, deputado Delegado Waldir (GO), no entanto, disse que a comissão é direito do seu partido e, caso a sigla seja preterida, haverá confusão. “Se não ficarmos com a Comissão de Finanças, vamos bagunçar o bloco todo. Vamos querer Minas e Energia”, afirmou Waldir.

A comissão ganhou os holofotes depois do rompimento da barragem em Brumadinho (MG), pois deverão passar por ela mudanças na legislação do setor de mineração.

O comando dessas comissões é disputado entre partidos e parlamentares, já que é o presidente quem define as pautas de votação, os relatores de cada proposta e garante o cronograma e o ritmo dos trabalhos. Além disso, ele ganha protagonismo na relação com o Planalto.

A mais importante é a CCJ. Pelo crivo do colegiado passa a maioria dos projetos que serão analisados pelos deputados. O PSL ainda não definiu quem deverá presidir a comissão. Há quatro candidatos no páreo: Bia Kicis (DF), Marcelo Freitas (MG), Felipe Francischini (PR) e Coronel Tadeu (SP). O partido estuda fazer um rodízio entre os parlamentares.

O PSL ainda terá direito a escolher a presidência de mais uma comissão. “Vamos tentar Segurança ou Relações Exteriores”, afirmou Waldir. Esta última tem o interesse do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente. Ele já disse que não vai “bater o pé” pela presidência, mas que aceitaria a missão. O mais novo dos filhos políticos do presidente poderá travar uma disputa com o PT, que também quer a cadeira. (Agência Estado)