DIARIO POLíTICO » Verniz político

Marisa Gibson

Publicação: 14/03/2019 03:00

Sinais dos tempos: o governador Paulo Câmara (PSB) está criando um núcleo político para alargar a abordagem de questões do seu governo que exigem uma leitura menos técnica e mais política. “Uma novidade”, observa satisfeito um parlamentar aliado, que, certamente, vai integrar tal grupo. Mas, o despertar de Paulo Câmara para o item articulação política é tanto que ele deve propor hoje no Fórum de Governadores do Nordeste, em São Luís, no Maranhão, que o colegiado abra espaço para agregar atores políticos de todos os estados nordestinos. Com a participação de políticos, as decisões do Fórum terão uma maior reverberação no Congresso e em todas as casas legislativas. Bem, a falta de articulação política foi apontada como uma das principais falhas do primeiro mandato de Paulo Câmara e que, junto com outros deslizes, colocou em risco a sua reeleição. Agora, com mais quatro anos de mandato e com a responsabilidade de eleger o sucessor, a conversa é outra. O núcleo político do governo terá  representantes de outros partidos da Frente Popular, uma abertura que evitará a ciumeira da ”panelinha do PSB” que, em outros tempos, imperava no Palácio das Princesas dentro do chamado núcleo duro do governo, que mandava e desmandava nos outros. Agora, no Fórum dos Governadores, a participação de senadores e deputados não deve transformar o colegiado numa espécie de Parlamento do Nordeste. Longe disso. É mais um verniz político.

DNA pernambucano  
 As atenções no Congresso se concentram agora nos trabalhos Comissão de Constituição e Justiça, cuja primeira tarefa é a análise da PEC da  Previdência. Presidida por Felipe Francischini (PSL-PR), indicado pelo deputado federal e presidente nacional do partido, o pernambucano Luciano Bivar, a CCJ tem quatro pernambucanos: Danilo Cabral e João Campos do PSB, Renildo Calheiros (PCdoB) e o Pastor Eurico (Patri).

Militares
Integrantes da bancada da bala participam, segunda- feira, no Recife, de encontro de militares estaduais do Nordeste, na Assembleia Legislativa, a convite do deputado Joel da Harpa. Na ocasião será feita uma análise das mudanças na aposentadoria dos militares, mas, terça-feira passada, em Brasília, a bancada rejeitou, por unanimidade, a proposta de Bolsonaro.

Alíquotas  
Prefeitos participam de reunião hoje na Assembleia Legislativa para análise do projeto que altera a alíquota do ICMS de 1% para 2% que o estado repassa às prefeituras. O aumento estaria atrelado à adequação do município ao Selo Pacto Pela Vida, que implica no cumprimento de exigências diversas. Em tramitação na CCJ, o projeto é de autoria do deputado  Alberto Feitosa (SD) e o encontro tem o apoio dos presidentes da Casa, Eriberto Medeiros (PP), e da Amupe, José Patriota.

Dilema
Em audiência, esta semana, ao deputado pernambucano Fernando Rodolfo (PR) e vereadores de Garanhuns, o diretor-geral do DNIT -Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, general Santos Filho (foto), confessou enfrentar um dilema, diante da escassez de recursos do órgão, que dispõe hoje do orçamento que tinha em 2008. Indagou se não seria mais prático para o DNIT gastar menos com radares para se alimentar das multas da Polícia Rodoviária e usar estes recursos em mais obras.

Laços   
Cearense de nascimento, o general Santos Filho, que trabalhou com batalhões de engenharia, surpreendeu os interlocutores pela familiaridade com as rodovias pernambucanas. Explicou: uma filha mora no Recife e um filho costuma ir ao Festival de Inverno de Garanhuns.  
 
Hemobrás    
O senador Jarbas Vasconcelos (MDB) se reuniu em Brasília com o presidente da Hemobrás, Oswaldo Castilho, colocando-se à disposição para ajudar nas articulações necessárias para o término da fábrica de Goiana, iniciada em 2010 e que se encontra com 70% das obras concluídas. O estatuto que originou a Hemobrás foi assinado por Jarbas em março de 2005 quando ele era governador do estado.