Ciro reage e não aceita crítica vinda de petistas "PT agride Tabata (deputada federal suspensa), mas seus governadores apoiaram reforma", afirma

Publicação: 18/07/2019 03:00

Ciro Gomes (PDT), ex-governador do Ceará, afirmou que os governadores do PT atuaram em favor da reforma da Previdência e não há sentido nas críticas dos petistas à deputada federal Tabata Amaral (PDT-SP) e à bancada do PDT. “Uma turma do PT fica agredindo Tabata e o PDT como se nós fôssemos pouco fiéis à luta do povo e o PT fosse o perfeito guia genial dos povos que não falha”, disse.

As declarações foram dadas ontem, em Salvador, onde Ciro participou de um seminário de análise dos seis meses do governo Jair Bolsonaro (PSL).

Ciro afirmou que os governadores do PT e PCdoB “atuaram pesadamente” em favor da reforma da Previdência e a proposta foi aprovada com os votos de muitos dos deputados aliados de governadores.

Ele citou como exemplo a bancada baiana, em que 25 dos 39 deputados federais votaram a favor da reforma, sendo 15 deles aliados do governador Rui Costa (PT). No Ceará, onde Ciro é aliado do governador Camilo Santana (PT), foram 11 votos a favor e 11 contra as mudanças nas aposentadorias.

“Não estou falando mal de ninguém. Se eu fosse governador do Ceará também estaria preocupado com as contas do meu estado”, disse Ciro, citando possíveis contrapartidas aos estados como a partilha de recursos dos leilões de petróleo.

Ciro Gomes evitou comentar sobre a suspensão das funções partidárias e a abertura do processo no Conselho de Ética do PDT contra os oito deputados do partido, entre elas Tabata, que votaram, em primeiro turno, a favor da reforma da Previdência. Eles responderão processo administrativo na Comissão de Ética da sigla, que prevê uma decisão em até 60 dias.

Mas, quando respondeu a pergunta de militantes do PDT, afirmou que quem votou a favor da reforma deveria “ir para a rua à procura de outro partido”. “Você tem partido pra todo gosto no Brasil. Mas você não pode ser trabalhista, ser de um partido que criou o sistema de Previdência e seguridade social do Brasil e vir agora votar contra o povo”, afirmou o pedetista.

Para Ciro, o PDT precisa manter uma coerência, mesmo que isso signifique perder 8 de seus 27 deputados federais. “A questão não é se vale à pena (expulsar). O Brasil precisa de integridade. Ninguém aguenta mais os partidos chegarem à véspera da eleição, falar tudo que o povo quer ouvir falar e votar contra o povo”, disse.

Na última segunda-feira, Ciro havia dito que a vida de Tabata tende a ser um “inferno” diante da votação de novos temas no Congresso, como a reforma tributária. “O partido dela não é esse. Vai ser um inferno a vida dela. Porque cada um desses embates tem a ver com o tipo de visão de mundo que você tem.” (Agência Estado)