POLêMICA » Troca na PF gera queda de braço

Publicação: 17/08/2019 03:00

A interferência do presidente Jair Bolsonaro (PSL) na chefia da Polícia Federal no Rio abriu crise e deu início a uma espécie de queda de braço entre o Planalto e e o ministro Sergio Moro (Justiça). Em pouco mais de 24 horas, Bolsonaro demitiu o superintendente Ricardo Saadi, que sairia por vontade própria nas próximas semanas, contestou o novo nome, de Carlos Henrique Oliveira, que já estava escolhido pela direção-geral, e praticamente deu como certa a nomeação de um delegado com quem tem contato desde que foi eleito – Alexandre Silva Saraiva.

“Quem manda sou eu, vou deixar bem claro. Eu dou liberdade para os ministros todos, mas quem manda sou eu”, afirmou o presidente ontem. “Quando vão nomear alguém, falam comigo. Eu tenho poder de veto, ou vou ser um presidente banana agora?”, questionou.

As manifestações mostraram, na avaliação da cúpula e de dirigentes experientes da PF, uma interferência que há muito tempo não ocorria. O discurso que tem sido usado internamente é que será inaceitável se não houver a nomeação de Carlos Henrique Oliveira, o escolhido da direção-geral da PF, para o comando no Rio.

A PF do Rio passa por momento delicado, especialmente após o caso Fabrício Queiroz, PM aposentado e ex-assessor de Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). Ele é pivô da investigação do Ministério Público do Rio que atingiu o senador e primogênito do presidente. (Folhapress)