O ex-presidente Lula (PT) vai insistir na sua liberdade pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Mesmo tendo direito à progressão da pena a partir de  25 de setembro deste ano, ele não sairá da prisão de tornozeleira, uma das condições para receber o benefício.
 
Foi o que garantiu o advogado do petista Cristiano Zanin, ontem, no Recife, onde participou de um evento promovido pela Escola Superior da Advocacia  de Pernambuco. Ele disse que não há como Lula não ser libertado e tem muita confiança na força jurídica dos dois habeas corpus que aguardam julgamento no STF: “Diante das ilegalidades que demonstramos em relação ao julgamento de Lula, se o Supremo  negar a liberdade do ex-presidente, colocará a Justiça brasileira em situação difícil, porque estará se afastando de padrões internacionais que exigem do juiz atuação imparcial e independente”.
 
Um dos habeas corpus, protocolado no STF em novembro de 2018, pede a suspensão de Sérgio Moro no processo de Lula, anulação do mesmo e da condenação. O segundo pede a suspensão dos procuradores e chegou ao STF na semana passada. Mas os dois não estão na pauta do Supremo.
 
Zanin ressalta que ninguém é contra o combate à corrupção, mas, na sua opinião, essa bandeira está sendo usada como cortina de fumaça para a prática de lawfare, ou seja, a manipulação das leis para retirar da vida pública quem não praticou qualquer crime mas não é aceito por uma parcela da Justiça. Ele acha que é muito importante mostrar as ilegalidades, explicar ao povo que não se pode usar as leis para alcançar fins ilegítimos.
 
O advogado disse que com as ilegalidades praticadas contra o petista e agora provadas pelas gravações divulgadas pelo site The Intercept, o ex-presidente está  mais perto da liberdade. E citou a revista britânica The Economist, que na edição de junho deste ano publicou: Desde Tiradentes, o julgamento de Lula é o mais controverso da história do Brasil.