Os nove estados do Nordeste, o Norte de Minas Gerais e o Espírito Santo vão contar com R$ 29,3 bilhões do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) para 2020. Do total, R$ 10,23 bilhões serão destinados a investimentos em infraestrutura. O anúncio foi feito ontem pelo ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, após aprovação na 26ª Reunião do Conselho Deliberativo da Superintendência do Nordeste (Sudene), no Recife.

Segundo Canuto, os recursos para infraestrutura foram remanejados de um fundo específico do Banco do Nordeste, gestor do FNE, que irá distribuir R$ 19 bilhões entre os setores prioritários da sua área de atuação como irrigação, indústria, pecuária, turismo, agricultura e agroindústria. Serão destinados ainda R$ 50 milhões para Programa FNE Sol, voltado para microgeração de energia para pessoas físicas. O BNB criou ainda uma linha especial de microcrédito orientado que contará com R$ 1 bilhão para pequenos empreendedores e Microempreendedores Individuais (MEIs).

Na reunião, os governadores nordestinos conseguiram a promessa do ministro Canuto de encaminhar ao presidente Jair Bolsonaro a solicitação de revisão do limite de financiamento dos projetos de energias renováveis pelo BNB, que era de até 80% e caiu para 50%, inclusive para projetos que já estavam em negociação. O presidente do Banco, Romildo Rolim, explicou que foi preciso reduzir o percentual para atender a um maior número de projetos, mas ressaltou que a decisão pode ser revista.

Os governadores tomaram conhecimento da mudança durante viagem do Consórcio Nordeste à Europa, em novembro, em busca de novos investimentos. “Não se pode mudar as regras no meio do jogo”, disse a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra.

Canuto ainda empossou o novo superintendente da Sudene, o empresário pernambucano e ex-senador Douglas Cintra.