DIARIO POLíTICO » A resistência do PSD

por Marisa Gibson
marisa.gibson@diariodepernambuco.com.br

Publicação: 22/01/2020 03:00

Considerado um forte aliado, o deputado federal André de Paula, presidente estadual do PSD, é o último, entre as lideranças insatisfeitas com o PSB, que falta ser procurado pelo governador Paulo Câmara para conversar sobre a unidade da Frente Popular no Recife Esse talvez seja o nó mais difícil de desfazer. Entre os contrariados, digamos assim, o parlamentar é o mais firme em seus posicionamentos e se coloca como possível candidato a prefeito sem constrangimentos. A favor de André, líder do partido na Câmara dos Deputados, há a resolução da executiva nacional do PSD defendendo  candidatos próprios nas capitais, com a ressalva de que qualquer aliança será decidida pela executiva. Bem, fundador do PSD em 2011 com a ajuda do então governador Eduardo Campos, Gilberto Kassab manteve uma parceria relevante com o PSB mas hoje, do ponto de vista partidário, esta aliança está esvaziada. “Uma coisa era Eduardo com quem Kassab mantinha um forte vínculo e, outra, é Carlos Siqueira”(presidente nacional do PSB), pondera André. Dentro deste cenário, há, portanto, uma liberdade para uma construção política no Recife levando-se em conta não só os interesses do partido mas também da cidade. O PSD nacional criou uma comissão, com cinco integrantes, entre os quais André, para acompanhar o processo sucessório nas capitais e cidades com mais de 200 mil eleitores, além de municípios que têm retransmissão de TV. Com estrada e boa interlocução com diversas forças políticas, André está disposto a ir em frente. Vamos aguardar.

Previsões e dúvidas
O diretório municipal do PT no Recife deve aprovar por uma grande margem - cerca de 90% dos votos - a manutenção da aliança com o PSB, em detrimento do projeto de candidatura própria colocado pela deputada federal Marília Arraes e endossado pelo PT nacional com destaque para as recomendações do ex-presidente Lula, da presidente do partido, Gleisi Hofmann, e da bancada federal do partido. Caso prevaleça a vontade do PT nacional, o que já se questiona é saber quem vai fazer a campanha de Marília no Recife?

Agora é março
Favorável à manutenção da aliança com o PSB, o senador Humberto Costa, principal liderança do PT no estado, afirma que acatará qualquer decisão, seja pela manutenção da parceria com os socialistas ou pela candidatura da deputada Marília Arraes. O senador disse à coluna que  já conversou com Marília sobre esta questão. Agora é esperar, porque a decisão que poderia sair no início de fevereiro só deve acontecer no início de março. Mas o importante é não repetir o processo desgastante de 2018, pontua Humberto.

Candidatura
Ao contrário do que a coluna informou, Joaquim Francisco (PSDB) não desistiu de disputar a Prefeitura do Recife. O ex-governador explica que ainda não decidiu se vai entrar na disputa, mas continua conversando com diversos setores sobre sua possível participação na eleição de outubro próximo.

A tarde inteira
Amanhã, depois de visitar algumas cidades do Agreste, o governador Paulo Câmara (PSB) vai passar a tarde em Caruaru, entregando obras hídricas, ao lado da prefeita  Raquel Lyra  (PSDB). Este ano, diferentemente de 2016, o processo sucessório em Caruaru está menos complicado. É certo que tem muitos candidatos ligados a partidos da Frente Popular,  mas o governador vai esperar as definições para depois decidir o seu apoio. Se possível, no segundo turno.

Bate-chapa
Faz tempo que a bancada federal do PSB não se entende e, apesar da aparente calmaria em função do recesso, as articulações para a escolha do novo líder apontam para um bate-chapa entre Danilo Cabral e Alessandro Molon. Essa disputa, além de dividir a bancada, separa também os pernambucanos.