Mandetta diz que fica e pede critérios

Publicação: 26/03/2020 03:00

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, endossou ontem o pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro e criticou medidas fortes de restrições de circulação por causa da pandemia de coronavírus. Mandetta falou em racionalidade e afirmou que as determinações sobre quarentena foram feitas de forma desorganizadas, precipitadas e ocorreram muito cedo. Ele defendeu que haja melhores critérios conversados entre o Ministério da Saúde e governadores. “Temos que melhorar esse negócio de quarentena, foi precipitado, foi desarrumado”, disse. Mandetta afirmou que as restrições de circulação podem comprometer, inclusive, o sistema de saúde.

O ministro participou de entrevista coletiva realizada de forma remota, mas fez apenas uma fala inicial. Ele se retirou antes de atender as perguntas encaminhadas pelos jornalistas. Em sua fala, Mandetta disse que fica no cargo e só sai quando o presidente achar que ele não serve ou se ficar doente. O ministro disse defender critérios de quarentena baseados em patamares de números de casos de cada estado. Assim, medidas poderiam ser tomadas de acordo com o avanço da doença. Ele também citou as preocupações econômicas, um dos principais argumentos de Bolsonaro. “Se não tivermos cuidado com atividade econômica, essa onda de dificuldade que a saúde vai trazer vai provocar uma onda de dificuldade ainda maior com crise econômica”, diz.

Assim como Bolsonaro, o ministro da Saúde também citou alternativas para quarentena, que poderia ser focada apenas em idosos e pessoas com sintomas. “Tem várias maneiras de fazer quarentena, a horizontal, a vertical, isso tudo tem um bando de gente estudando. Não vamos fazer nada que a gente não tenha confiança”, disse. (Da Folhapress)