Mourão apresenta outro discurso

Publicação: 26/03/2020 03:00

O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) afirmou ontem que o posicionamento do governo é único para o combate do novo coronavírus e defendeu o isolamento e distanciamento social. Sobre o pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em rede nacional no dia anterior, Mourão disse que talvez ele não tenha se expressado da melhor forma.

“A posição do nosso governo por enquanto é uma só: isolamento e distanciamento social. Isso está sendo discutido e ontem o presidente buscou colocar e pode ser que ele tenha se expressado de uma forma, digamos assim, que não foi a melhor”, disse.

Segundo Mourão, a intenção de Bolsonaro no pronunciamento era demonstrar a preocupação econômica. “O que ele buscou colocar é a preocupação que todos nós temos com a segunda onda como se chama nesta questão do coronavírus. Nós temos uma primeira onda, que é a saúde, e temos uma segunda onda, que é a questão econômica.”

Mourão foi então questionado pela reportagem sobre a divergência entre o discurso do presidente, que defende isolamento apenas de pessoas mais velhas e mais vulneráveis, e da orientação do Ministério da Saúde e da OMS (Organização Mundial da Saúde), que falam em distanciamento social para todos os cidadãos.

“Existe uma discussão no mundo entre o isolamento horizontal e o isolamento vertical que são pessoas que pertencem ao grupo de risco e as que têm convívio com elas. A minha visão por enquanto é que temos que terminar esse período que estamos em isolamento para que haja calibragem da forma como está avançando a epidemia no país e, a partir daí, se possa gradativamente ir liberando as pessoas dentro de atividades essenciais para que a vida vegetativa do país prossiga.”

Apesar da divergência entre o que Bolsonaro tem falado e as orientações do Ministério da Saúde, Mourão disse que o presidente está, por enquanto, dentro da política traçada pelo ministro Henrique Mandetta (Saúde). “Ele tem essa preocupação enorme com o verdadeiro desmantelamento da economia e em consequência das pessoas que vivem nas áreas mais pobres do nosso país porque não está sendo produzido nada”, disse. (Da Folhapress)